Vale pode investir US$ 1 bilhão em Omã
20/05/08
SÃO PAULO ? A Companhia Vale do Rio Doce e o governo de Omã assinaram um acordo sobre a construção de uma usina de pelotização de minério de ferro e um centro de distribuição no Porto de Sohar, localizado a 240 quilômetros a noroeste da capital do sultanato, Muscat. A notícia foi publicada neste final de semana pelo jornal Oman Observer e pela agência de notícias Reuters. Os dois veículos informam que a empresa deverá investir US$ 1 bilhão no projeto.Consultada pela ANBA, a assessoria de imprensa da Vale informou que a companhia realmente tem interesse em construir uma pelotizadora no país e já assinou um memorando de entendimentos sobre o tema com o governo local. A assessoria diz, no entanto, que não dispõe de dados sobre o valor do investimento e que o projeto precisa ser aprovado pelo conselho de administração da empresa.Em novembro de 2006, a Vale assinou um memorando com a Sohar Industrial Port Company (SIPC), empresa que administra o porto e é controlada pelo governo de Omã e pelo Porto de Roterdã, da Holanda.De acordo com o Oman Observer, o acordo de ?sub-usufruto?, equivalente a um contrato de arrendamento de terreno, foi assinado na semana passada, em Roterdã, pelo ministro da Indústria e Comércio do sultanato e presidente do conselho da SIPC, Maqbool bin Ali Sultan, pelo diretor-executivo de Logística da Vale, Eduardo Bartolomeo, e pelo gerente da empresa em Omã, Sérgio Leite. O jornal omani destaca que o acordo ainda tem que ser avalizado pelo conselho da mineradora.Segundo o jornal e a Reuters, caso haja a aprovação a produção da usina deverá começar no próximo ano. A SIPC vai ampliar a profundidade de uma área do porto para que ele possa receber navios de grande porte contendo minério de ferro. O porto tem localização estratégica bem na entrada do Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Arábico ao Oceano Índico, permitindo o fornecimento de produtos ao Oriente Médio, onde a siderurgia está em expansão, e outras regiões da Ásia.Quando anunciou a assinatura do memorando de entendimentos com a SIPC, a Vale informou que, se o projeto fosse adiante, a fábrica deveria ter capacidade para produzir 7,5 milhões de toneladas de pelotas por ano pelo processo de redução direta, que utiliza o gás natural como combustível, produto abundante na região.Os minérios, especialmente o de ferro, são um dos principais produtos vendidos pelo Brasil ao mercado árabe, atrás apenas das carnes e do açúcar. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações do produto para a região renderam US$ 228,3 milhões nos quatro primeiros meses do ano.Para Omã, os embarques brasileiros renderam US$ 38 milhões entre janeiro e abril, sendo que os principais itens comercializados foram carne de frango e bovina, ovos, lácteos, conservas de carnes e bens de capital.PerfisA economia de Omã, como nos demais países do Golfo, é impulsionada principalmente pelo setor de petróleo e gás. De acordo com informações da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, outros setores importantes são as indústrias metalúrgica, têxtil e alimentícia, sendo que a agricultura e a pesca, embora tenham pequena participação no Produto Interno Bruto (PIB), são atividades tradicionais.O PIB de Omã chegou a US$ 38,9 bilhões em 2007, segundo estimativa da Economist Intelligence Unity (EIU), serviço de informações econômicas do grupo que edita a revista britânica The Economist. A economia do país cresceu em média 5% ao ano nos últimos cinco anos, de acordo com a EIU. A população é de 2,7 milhões de pessoas.A Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo, teve um faturamento de mais de US$ 8 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 4,8% sobre o mesmo período do ano passado. O lucro líquido foi de 2,021 bilhões, uma redução de 8,8% em comparação com os primeiros três meses de 2007.