Vale não tem intenção de realizar novas demissões e anuncia embarque recorde de ferro para a China
26/02/09
A Vale anunciou nesta sexta-feira (20) que não tem intenção de efetuar novas demissões, além das 1.300 dispensas registradas no final do ano passado. Ao contrário, a empresa confirmou que fechou acordo com 15 sindicatos de trabalhadores para garantir a estabilidade de emprego de 38 mil funcionários até o dia 31 de maio. No Pará, o acordo foi feito com quatro sindicatos, com a garantia de emprego para os quase 10.500 empregados que a Vale possui hoje no Estado. O diretor da Área de Finanças e de Relações com Investidores da Vale, Fábio Barbosa, disse no Rio que, apesar da crise internacional, a mineradora contratou cerca de 5,5 mil pessoas em 2008. No Pará, os empregos próprios passaram de 9.020 em 2007, para 10.462 no ano passado, um saldo positivo de 1.442 empregos e aumento de 16%. A entrevista foi acompanhada em Belém pelo gerente geral de Representação Institucional, Eugênio Victorasso, e em Carajás, pelo diretor do Departamento de Ferrosos Norte, José Carlos Gomes Soares. Eles anunciaram que a Vale investiu US$ 5 bilhões no Pará em 2008 (englobando custeio), um aumento de 26% em relação aos US$ 4 bilhões investidos no ano anterior. O investimento global da Vale ano passado foi de US$ 10,2 bilhões, 34% a mais em relação a 2007, sendo o maior investimento de uma empresa de mineração no mundo. Apesar da retração do mercado mundial das commodities minerais ocorrido no último trimestre de 2008, Carajás produziu 96 milhões de toneladas em todo o ano passado, acima das 91 milhões de toneladas produzidas em 2007 (a previsão inicial era chegar a 108 milhões em 2008). Pelas projeções feitas hoje, a produção este ano deverá ficar em torno de 88 milhões de toneladas. Recorde de embarque para a China Neste início de ano há uma notícia favorável vinda da China. É que a Vale estima bater o recorde trimestral de embarque de minério de ferro para aquele país asiático nos primeiros três meses do ano, com 30 milhões de toneladas, enquanto a estimativa do total de embarques do produto pela Vale é de 50 milhões de toneladas no período. Apesar dessa tendência favorável à China, essas 50 milhões de toneladas estão abaixo do volume de minério de ferro embarcado no terceiro trimestre do ano passado, de 80 milhões de toneladas. Eugênio Victorasso e José Carlos Soares confirmaram que todos os investimentos previstos pela Vale para o Pará estão mantidos, podendo haver alterações no início de operações de alguns projetos. É o caso, por exemplo, do Onça Puma, em Ourilândia do Note, o primeiro projeto de produção de níquel da Vale em território paraense. Inicialmente previsto para iniciar sua operação ano passado, a previsão agora é para meados de 2009, não estando afastada a possibilidade de um novo adiamento, em razão da queda do preço do níquel no mercado internacional. Ano passado foi registrada uma queda de 42,1% no preço médio do níquel. O grande projeto de produção de minério de ferro de Serra Sul, em Canaã dos Carajás, também sofrerá alteração em seu cronograma de implantação, devendo entrar em operação em 2013, e não mais em 2012 como estava previsto, com a produção de 90 milhões de toneladas. Antes, deverá entrar em operação o projeto de Serra Leste, em Curionópolis, bem menor e destinado a abastecer as guseiras de Carajás. Serra Leste está em processo de licenciamento ambiental pela secretaria estadual de Meio Ambiente. Em Curionópolis fica também o projeto de cobre do Cristalino, que está na fase de pré-audiências públicas. Segundo José Carlos, os demais projetos também estão em andamento, incluindo a siderúrgica que será construída em Marabá. Uma empresa alemã foi contratada para dar início ao empreendimento. A Vale anunciou ainda que seus investimentos em projetos socioambientais no Pará em 2008 atingiram US$ 209,8 milhões, 2% acima do valor investido no ano anterior. Só na área ambiental foram investidos US$ 152,4 milhões.
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