Vale mantém investimentos apesar da queda nas cotações dos metais
10/01/07
A queda livre nos preços dos metais não vai interferir nos planos de investimento da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) no setor. Segundo o diretor de Assuntos Corporativos da mineradora, Tito Martins, o movimento atual é fruto apenas de um ajuste nas cotações futuras dos produtos negociados em bolsas de mercadorias e futuros no exterior e não deve se traduzir em perda de rentabilidade para as empresas do ramo. ?O que está acontecendo é mais um ajuste nos mercados futuros do que no mundo real?, explicou.
;Apesar do cenário otimista, Martins acredita que o período de calibragem nos preço ainda deve permanecer por mais alguns dias. Para analistas, grande parte dessa queda livre é causada pelo ajuste anual que os hedge funds (fundos mais especulativos) fazem em suas carteiras para se adequar ao índice Dow Jones-AIG de Commodities, da Bolsa de Nova York. Os investidores estão buscando reduzir as aplicações em commodities que subiram muito no ano passado e buscar os metais que tiveram rentabilidade abaixo do média.
Nos últimos anos, a Vale do Rio Doce vem ampliando a participação dos metais na geração de caixa da mineradora. A compra da segunda maior produtora mundial de níquel no final do ano passado, a canadense Inco, seguiu essa premissa.
O níquel é particularmente afetado pela mudança no índice Dow Jones-AIG de Commodities por ter contabilizado uma valorização de cerca de 110% frente o preço praticado no ano anterior.Minério
O cenário para os negócios com minério de ferro é mais favorável. Em dezembro, a companhia fechou com as siderúrgicas asiáticas um reajuste de 9,5% para os preços dos contratos em 2007. Segundo Martins, o aumento refletiu o aquecimento da demanda mundial. O patamar obtido pela mineradora ficou próximo ao teto das previsões dos analistas, que variaram de 5% a 10%. O diretor preferiu não fazer previsões sobre novos aumentos de preços. Mas admitiu que o mercado asiático vem impulsionando o crescimento do setor nos últimos anos.
As negociações para 2007 trouxeram uma novidade. Foi a primeira vez que a Vale fechou primeiro acordos sobre preço com as siderúrgicas chinesas e só depois conseguiu concluir os entendimentos com as gigantes européias. A alta de 9,5% conseguida este ano vem depois de um impressionante aumento de 71,5% em 2005 e de 19% no ano passado. Ou seja, no acumulado dos últimos três anos, o preço do minério de ferro já subiu mais de 120%.
DCI