16/10/07

São Paulo e Rio, 16 de Outubro de 2007 – A forte demanda mundial por ferro e aço e a expectativa de que o consumo continuará forte, puxado principalmente por China, Índia e outros países asiáticos, fizeram a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) voltar a focar investimentos na área de ferrosos. A companhia vai dobrar o volume de recursos destinados a projetos em minério de ferro, seu carro-chefe, no próximo ano. Serão destinados US$ 3,25 bilhões, sendo US$ 1,16 bilhão na expansão de Carajás. Além das operações hoje existentes, a mineradora planeja investir em novas minas e com isso espera reduzir os custos de produção de minério. O presidente da companhia, Roger Agnelli, afirmou que para atender à demanda atual a Vale já está produzindo minério a um ritmo que gerou aumento de custos já que as minas são cada vez mais profundas e as distâncias de transporte são cada vez maiores. `As minas novas terão uma relação de custo mais favorável`, disse em conferência à imprensa realizada em Nova York, após a apresentação do plano de investimentos à analistas durante o CVRD Day na Bolsa de Valores de Nova York. O executivo não revelou qual deverá ser o custo de produção quando os novos projetos entrarem em operação, mas admitiu que o objetivo da companhia é retornar aos níveis de 2004. `Com os investimentos em automação, este ano já devemos registrar uma redução`, disse. `As pelotizadoras já trabalham no nível de 2004.` A meta é produzir 450 milhões de toneladas da matéria-prima a partir do final de 2012. Segundo Agnelli, o objetivo da Vale é fortalecer a liderança da companhia em minério de ferro, o que também deve fazer em níquel, para o qual a companhia deve destinar outros US$ 1,57 bilhão, dos US$ 3,6 bilhões que a companhia deverá investir na área de não-ferrosos. O valor previsto para o ano que vem, representa um aumento de 15% ante os US$ 3,12 bilhões de 2007. `Nosso objetivo é produzir 500 milhões de toneladas até 2012, o que significa praticamente dobrar em relação ao ano passado, ou crescer 90% em relação a 2007`, disse.
Agnelli destacou que a previsão de investimentos para o ano que vem só não é maior porque há limitação na compra de equipamentos e contratação de projetos de engenharia e mão- de-obra, além de dificuldades na liberação das licenças ambientais. `Teríamos recursos para ir além dos 11 bihões`, afirmou o executivo. Para o ano que vem a companhia também elevará em 100% os investimentos em logística em relação aos recursos aplicados em 2007, ou US$ 1,87 bilhão. Os aportes em energia elétrica, um gargalo que ameaça a mineradora na próxima década, vão triplicar no próximo ano, para US$ 470 milhões. Em contrapartida, a companhia investirá menos em projetos de alumínio (US$ 755 milhões) e aço (US$ 81 milhões).

Gazeta Mercantil