Vale inaugura projeto de fosfato no Peru e evita falar de reajuste
08/09/08
RIO DE JANEIRO – A Vale inaugurou, na sexta-feira, o projeto Bayóvar, em Piura, norte do Peru, um dos maiores projetos de fosfato da América do Sul, de acordo com informações da própria companhia. O projeto, com capacidade de produção nominal de 3,9 milhões de toneladas anuais, tem investimento total estimado de US$ 479 milhões e deverá começar a produzir em 2010.Agora, a companhia deve iniciar as obras de construção da planta concentradora de fosfatos. Além disso, a Vale deverá construir uma estrada de 40 quilômetros, de correia transportadora e silo para armazenamento da rocha fosfática. Paralelamente, já se iniciaram as atividades para a contratação das obras em um porto peruano com capacidade de embarque de 7,9 milhões de toneladas.Em comunicado, a Vale informa ainda que a empresa propõe a construção de uma planta dessalinizadora da água do mar para processar o fosfato, com o objetivo de não interferir nos recursos hídricos da região, mas não dá mais detalhes sobre esta proposta. Outro projeto de fosfato está sendo desenvolvido em Moçambique.Em 2007, o Brasil importou cerca de 49% das 3,7 milhões de toneladas de fósforo consumidas pelos agricultores do País, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).Novo reajusteFontes do setor siderúrgico chinês confirmaram, na sexta-feira, ao jornal chinês Shanghai Daily que foram notificadas pela Vale, por e-mail, de que um aumento de preço era iminente. A mineradora inclusive teria ameaçado atrasar as remessas ou entregar minério com teor menor de ferro, caso seu pedido de aumento não seja atendido.Procurada, a Vale não quis comentar a informação e que sua posição oficial continua sendo a de que “está constantemente em diálogo com seus clientes com o objetivo de alcançar condições mutuamente satisfatórias para os contratos comerciais”.Já um relatório divulgado pelo Morgan Stanley Research Latin America informa que a mineradora poderá tentar eliminar o desconto que adota na comercialização de minério no mercado asiático, o que elevaria seu lucro no ano que vem.Segundo os analistas, a eliminação do desconto pode ser uma alternativa para a Vale, já que os clientes asiáticos da empresa recebem desconto de 11% sobre os preços referenciais para compensar os gastos com frete, que são mais elevados para os produtos transportados por via marítima a partir do Brasil do que a partir da Austrália, segundo o relatório do Morgan Stanley Research Latin America.A Vale inaugurou projeto no norte do Peru para exploração de fosfato, com capacidade de produção de 3,9 milhões de t. E os chineses confirmam pedido de reajuste para o ferro.
DCI