Vale fecha o maior contrato de sua história com grupo ThyssenKrupp
27/11/06
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) anunciou na última sexta-feira, dia 24, o maior contrato firmado na história da empresa. O acordo foi fechado com a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), uma parceria da própria Vale com a alemã ThyssenKrupp. O contrato prevê fornecimento de 130 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas em 15 anos, o que deverá adicionar US$ 7 bilhões ao caixa da Vale no período, considerando o preço atual do minério. A Vale também está confiante em que conseguirá refinanciar a dívida adquirida com a compra da canadense Inco Ltd em um prazo de dez anos, estendendo a média atual de rolagem de dívida da companhia, de sete anos.
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O presidente da Vale, Roger Agnelli, destacou o marco que o contrato com a CSA representa, ao permitir a integração de toda a cadeia produtiva do aço. O minério sairá das minas da Vale para a CSA, que está sendo construída no estado do Rio, e de lá as placas de aço vão abastecer as usinas da Thyssen na Alemanha, para onde vão 2,1 milhões de placas por ano, e nos Estados Unidos, para onde vão os 2,9 milhões de placas restantes. ?Esse é o melhor modelo de negócios: cada um a olhar para o que tem de melhor?, disse Agnelli. A Vale tem 10% na Companhia Siderúrgica do Atlântico e a Thyssen tem os outros 90% do projeto.
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A usina deve iniciar operações em 2009, ano em que o contrato entrará em vigência. O principal executivo da divisão de siderurgia da Thyssen, Karl-Ulrich Koehler, afirmou que o ?o contrato é o início da estratégia de crescimento global da Thyssen?.
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Com o novo contrato, por meio do qual a Vale fornecerá 8,6 milhões de toneladas anuais de minério e pelotas, o volume total que a Thyssen vai comprar para suas companhias passará a 23 milhões de toneladas por ano. Até sexta-feira o maior contrato individual que a Vale já tinha firmado era com a Arcelor, antes de sua fusão com a indiana Mittal Steel, de 120 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas por um prazo de seis anos.
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Agnelli informou ainda que a emissão de debêntures iniciada na segunda-feira passada teve boa reação do mercado. Está prevista a arrecadação de R$ 5 bilhões, podendo alcançar R$ 6 bilhões. Com esse volume, mais os cerca de US$ 3,7 bilhões obtidos com a emissão de bônus no exterior este mês, a Companhia Vale do Rio Doce acredita que vai alongar para dez anos a dívida contraída com a compra da Inco. Até agora, a companhia conseguiu a adesão de aproximadamente 86% das ações da empresa canadense. A compra do restante das ações será decidida em uma assembléia com os acionistas da Inco que será realizada no início de janeiro. A proposta final pela integralidade das ações é de US$ 17,7 bilhões.
DCI