Vale está aberta a negociar base para reajuste de minério
07/05/10
A Vale informou que está aberta a negociar com seus clientes eventuais alterações na cesta de valores que passou a ser utilizada para ajustar os preços que cobra pelo seu minério de ferro.
;
Segundo o diretor de Ferrosos, José Carlos Martins, existe a possibilidade de serem alterados um ou mais índices utilizados atualmente para definir o preço que valerá para cada trimestre do ano.
A Vale e suas principais concorrentes mudaram o sistema de estabelecimento de preços do minério nesse ano, abandonando o antigo sistema anual de referência (benchmark).
;
Os reajustes agora são feitos com base na variação dos preços no mercado físico (spot) nos três meses anteriores pulando o mês imediatamente anterior, ou seja, para o próximo ajuste em 1o de julho, que valerá até final de setembro, será utilizada a média de março a maio.
;
Os ajustes serão automáticos se essa variação superar uma banda estabelecida.
;
Apesar de dar esses detalhes sobre o novo sistema de preços, a Vale até o momento não informou os percentuais exatos de aumento, tampouco os preços que estão sendo praticados.
;
O mercado e algumas siderúrgicas falaram em aumentos próximos de 100 por cento, e de preços entre 100 e 110 dólares por tonelada.
;
“Eu acho que o sistema que desenhamos e negociamos com os clientes tem características muito boas e é justo”, disse Martins em teleconferência com analistas e investidores.
;
“No passado não tínhamos referência de spot (mercado físico), agora temos. É razoável usar esse mercado como referência. Os preços são transparentes, existem muitas fontes, e estamos abertos a negociar os diferentes índices, ou cestas, para definir as médias”, acrescentou.
;
Martins disse que a companhia brasileira, maior produtora global de minério de ferro, está recebendo um prêmio de 20 a 22 dólares por tonelada pelo minério de Carajás, de melhor qualidade.
;
Disse também que as pelotas estão sendo negociadas em média com prêmio de 50 dólares ante o preço do minério de ferro.
;
ACELERAR NA ÁFRICA
;
Martins comentou que a companhia vai buscar um desenvolvimento rápido dos depósitos recém adquiridos na Guiné, chamados Simandou.
;
“Simandou é um dos maiores depósitos de minério de alta qualidade do mundo. Para a Vale sempre foi um sonho estar lá. Chegamos um pouco tarde, mas tivemos a oportunidade de fechar esse acordo. Nosso plano é estimular o mais rápido possível nossa produção nessa área”, disse o executivo.
;
A Vale estimou em aproximadamente 5 bilhões de dólares o investimento total, considerando a área de minas mais logística e compensações, no desenvolvimento dos depósitos de Simandou.
O diretor de Ferrosos da mineradora brasileira disse que os trabalhos na Guiné poderão ser mais velozes que os no Brasil, onde problemas, principalmente com licenças ambientais, têm atrasado os projetos.
;
“Esperamos em 2012 estar produzindo de 10 a 15 milhões de toneladas (de minério por ano) em Simandou. O projeto atingiria 50 milhões de toneladas em 2015, ou até mais, se tivermos os recursos para isso”, afirmou.
;
Guiné, segundo ele, dará flexibilidade para que a Vale possa atingir sua meta de produzir 450 milhões de toneladas de minério de ferro por ano até 2014.
G1