06/02/07

CaledôniaNOUMEA, França, 5 fev (AFP) – A empresa Goro Nickel, adquirida em outubro do ano passado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), recebeu a autorização da Corte de Apelação de Paris para levar adiante seus trabalhos numa metalúrgica na Nova Caledônia (território francês do Pacífico sul).A empresa brasileira lançou o projeto logo após comprar o grupo de mineração Inco, cuja filial Goro Nickel está encarregada de aplicá-lo.”Esta decisão da justiça é uma etapa-chave na análise que nossos acionistas estão fazendo de nosso projeto e cujos resultados serão publicados no fim do mês”, declarou em um comunicado Phil Du Toit, diretor-geral da Goro Nickel. Cerca de 3.000 pessoas trabalham atualmente nesta usina, avaliada em 3 bilhões de dólares. Roger Agnelli, presidente da CVRD, deve ir à Nova Caledônia no fim de fevereiro para verificar os resultados do estudo do projeto, lançado pelo grupo brasileiro após a aquisição da Inco.A Corte de apelação de Paris revogou na sexta-feira passada uma decisão de 21 de novembro do Tribunal de grande instância (TGI), que havia ordenado a suspensão da construção da metalúrgica em razão de “um dano iminente”. A Corte de apelação afirmou que estes trabalhos, de estocagem de resíduos derivados do tratamento químico de minério de níquel, são legais e que não representam nenhum risco para o meio ambiente. O procedimento havia sido lançado pelo comitê Rheebù Nùù (O olho do país), organização ecológica que se opõe à construção desta unidade metalúrgica de 60.000 toneladas de níquel e 5.000 de cobalto, perto de um lugar natural maravilhoso, no extremo sul da Nova Caledônia.Raphaël Mapou, secretário-geral da Rhebùù Nùù, indicou que vai apresentar novas ações para deter os trabalhos e para obter uma revisão do projeto.

Agência AFP