Vale disputa à Petrobras berço de Itaqui para novos negócios
20/07/07
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) está negociando com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) o arrendamento de mais um berço para escoamento da futura produção de cobre e níquel da mineradora. O local em questão está localizado no Porto de Itaqui, no Estado do Maranhão. Hoje, o berço é arrendado pela Petrobras para movimentar entre 400 mil e 500 mil metros cúbicos de petróleo e derivados. A Vale já tem um berço no local para escoamento de grãos e ferro-gusa. Além disso, a companhia opera o terminal Ponta da Madeira, também no Maranhão, para exportação de minério de ferro. De acordo com o diretor de logística Norte da Vale, Zenaldo Oliveira, as negociações estão avançadas, mas é preciso definir como seria possível fazer o deslocamento das atividades da Petrobras para outro berço em Itaqui. Segundo informações disponíveis na página da Emap na Internet, há sete berços de atracação disponíveis, entre os quais um sem operações por limitações de profundidade, o 107. Uma das alternativas estudadas pela administradora do Porto é justamente transferir a movimentação da petrolífera para este berço. Para isso, porém, seria necessário realizar obras de dragagem no local. Hoje, a Petrobras faz uso de dois berços, o 106 e o 104 e, de acordo com nota da empresa, este último é público e, além de petróleo e derivados operados pela Transpetro, pode movimentar cargas secas. “O porto tem o seu gestor, responsável por qualquer tipo de negociação com algum eventual interessado”, diz a Petrobras. O berço 104, que interessa a Vale, está localizado próximo ao berço 105, já arrendado pela mineradora. “Nosso desejo é ficar com dois berços em áreas adjacentes. Estamos conversando com a Emap nesse sentido”. A disposição da Vale de arrendar mais um berço se justifica pelo esperado crescimento de sua produção de minerais não-ferrosos. Há dois projetos de níquel em andamento já aprovados pela diretoria da empresa: Onça Puma e Vermelho, ambos no Pará. Somados, eles estão orçados em US$ 2,8 bilhões e devem produzir 46 mil toneladas de níquel metálico e 58 mil toneladas de níquel contido em ferro-níquel por ano a partir do biênio 2008/2009. Quanto aos projetos na área de cobre existem três na carteira da empresa que estão em fase de desenvolvimento: 118, Salobo e Alemão, todos no Pará e com expectativa de iniciar a produção entre 2009 e 2011. Destes projetos, apenas 118 e Salobo têm orçamento previsto para este ano. Foram alocados recursos de US$ 36 milhões e US$ 78 milhões para este ano, respectivamente. A única mina em operação no Brasil hoje é Sossego, no Pará. Em 2006, a Vale vendeu 128 mil toneladas de cobre, 7,3% mais que em 2005. Os números excluem as minas da canadense Inco, adquirida pela mineradora no ano passado. Assim como o minério de ferro de Carajás, também no estado paraense, é escoado pelo terminal de Ponta Madeira, o caminho natural das commodities metálicas também é a exportação via litoral maranhense. Não há espaço, no entanto, para novos berços em Ponta da Madeira, que também está sendo ampliado para suportar a expansão da produção de minério de ferro. Daí a necessidade de recorrer a Itaqui. Produção em dobro A produção de ferrosos de Carajás vai dobrar nos próximos quatro anos, segundo Oliveira, ultrapassando os 200 milhões de toneladas anuais. Para viabilizar o embarque desse volume de minério, a Vale vai comprar ao menos mais três viradores de vagão para o terminal de Ponta Madeira. Hoje, são três em operação. A companhia também vai construir quatro pátios para estocagem, que vão se somar aos seis já existentes. No ano passado, foram embarcados pelo litoral do Maranhão, 81,7 milhões de toneladas, da quais 75,3 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas e três milhões de toneladas de ferro-gusa. O restante compreende soja, manganês e concentrado de cobre. A maior parte escoada por Ponta da Madeira. Duplicação Paralelamente, a empresa prevê duplicação de alguns trechos da Estrada de Ferro de Carajás (EFC), que liga a província mineradora ao porto, e a ampliação dos 56 pátios de cruzamento da ferrovia. Essa ampliação é necessária, de acordo com Oliveira, porque a EFC tem uma linha única. Para que um volume maior de carga seja transportado pela via, será preciso comprar mais locomotivas e vagões e, assim, aumentar o espaço físico para que os trens que seguem em direção ao porto “estacionem”, enquanto aqueles que vão na direção de Carajás possam passar e vice-versa. Os investimentos nas instalações portuárias e na ferrovia previstos para este ano somam US$ 337 milhões. Não foram consideradas no cálculo obras para o berço arrendado. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) está negociando com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) o arrendamento de mais um berço para escoamento da futura produção de cobre e níquel da mineradora. O local em questão está localizado no Porto de Itaqui, no Estado do Maranhão. Hoje, o berço é arrendado pela Petrobras para movimentar entre 400 mil e 500 mil metros cúbicos de petróleo e derivados. A Vale já tem um berço no local para escoamento de grãos e ferro-gusa. Além disso, a companhia opera o terminal Ponta da Madeira, também no Maranhão, para exportação de minério de ferro. De acordo com o diretor de logística Norte da Vale, Zenaldo Oliveira, as negociações estão avançadas, mas é preciso definir como seria possível fazer o deslocamento das atividades da Petrobras para outro berço em Itaqui. Segundo informações encontradas na página da Emap na Internet, há sete berços de atracação disponíveis, entre os quais um sem operações por limitações de profundidade, o 107. Hoje, a Petrobras faz uso de dois berços, o 106 e o 104.
DCI