Vale desativará minas de acesso mais difícil
05/12/08
São Paulo, 5 de Dezembro de 2008 – O presidente da Companhia Vale do Rio Doce (Vale), Roger Agnelli, disse ontem, em São Paulo, que todas as minas de posse da Vale que têm os minérios em locais mais difíceis de serem extraídos terão a produção parada a partir de janeiro. “O Brasil, por enquanto, é o País menos afetado pela crise, porque nós temos um grande mercado consumidor, investimentos pesados da iniciativa privada e isso, juntamente com os altos preços das commodities nos últimos tempos, fez com o País acumulasse um caixa bom”, disse.
Ontem, a Vale informou que, devido às condições atuais no mercado global de níquel, vai paralisar por tempo indeterminado a mina de Copper Cliff South, localizada em Sudbury, província de Ontário, Canadá, a partir de janeiro. A mina produz anualmente 8 mil toneladas métricas do metal. Já as operações canadenses de Voisey?s Bay, onde a Vale produziu até outubro 58 mil toneladas de níquel e 39 mil toneladas de cobre concentrado, serão paralisadas durante o mês de julho do ano que vem. A Vale já tinha anunciado corte da produção de níquel na Indonésia e a queda da produção de outros minérios e metais, como o minério de ferro, alumínio, manganês e ferro-ligas. Na quarta-feira, a mineradora anunciou a demissão de 1,3 mil funcionários devido à crise internacional. Outros 5,5 mil funcionários entram em férias coletivas, resultado da paralisação de diversas atividades. Agnelli afirmou ontem que as demissões são parte de uma estratégia de curto prazo para que as projeções de crescimento da empresa de médio e longo prazos sejam mantidas. “Se há uma crise mundial é preciso agir. Há um pouco de exagero em torno dessas demissões”, justificou o executivo, salientando que o quadro de empregados da Vale chega a 64 mil funcionários.
Questionado sobre se a empresa fará novas demissões, o presidente da Vale foi enfático: “Espero que não”.
Apesar do cenário ruim, Agnelli disse que a Vale deverá crescer pouco mais de 2% em 2009. Apesar de o resultado ser quase a metade do alcançado nos últimos anos, Agnelli comentou que “é um número bom diante do cenário de recessão na Europa e nos Estados Unidos”.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 8)(Roberta Scrivano)
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