Vale compra ativos da Rio Tinto por US$1,6 bi
30/01/09
SÃO PAULO/SYDNEY;-;A Vale anunciou nesta sexta-feira que comprará por 1,6 bilhão de dólares toda a operação de minério de ferro da Rio Tinto em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e ativos de potássio da concorrente na Argentina e no Canadá. A Vale informou que pagará 750 milhões de dólares para os ativos de minério de ferro, enquanto os depósitos de potássio serão adquiridos por 850 milhões de dólares. Na Austrália, a Rio Tinto afirmou que a venda dos ativos faz parte do plano da empresa de reduzir seu endividamento em 10 bilhões de dólares em 2009. De acordo com a Vale, a compra dos ativos de minério inclui 100 por cento das operações de mineração a céu aberto de Corumbá e ativos de logística, incluindo porto fluvial e barcaças. Corumbá produziu 2 milhões de toneladas métricas de minério de ferro em 2008 e possui capacidade nominal para produzir 2,5 milhões de toneladas métricas por ano. Ao final de 2007, as reservas provadas e prováveis eram de 210 milhões de toneladas métricas, com teor de ferro de 67 por cento. “Corumbá é localizado próximo às nossas operações de minério de ferro e manganês em Urucum. Desse modo, existe potencial para exploração de várias sinergias, envolvendo maior flexibilidade dos ativos, redução de custos administrativos e de logística e racionalização do uso das reservas”, afirmou o diretor financeiro da Vale, Fabio Barbosa, em comunicado enviado pela companhia para a Comissão de Valores Mobiliários. A compra de Corumbá precisa ser aprovada pelos órgãos do governo brasileiro. POTÁSSIO Os ativos de potássio comprados da Rio Tinto englobam 100 por cento dos projetos Rio Colorado, nas províncias argentinas de Mendoza e Neuquén, e Regina, na província canadense de Saskatchewan. O projeto Rio Colorado envolve o desenvolvimento de uma mina, construção de um ramal ferroviário, um porto e uma planta de geração de energia. Os recursos minerais estimados chegam a 410 milhões de toneladas métricas. No caso de Regina, o projeto já está em estágio de exploração, com potencial de produção anual estimada de 2,8 milhões de toneladas métricas. Segundo a Vale, o potássio contribui para aumentar a produtividade das safras agrícolas e, portanto, a aquisição destes ativos de potássio estaria “alinhada com nossa estratégia de crescimento, permitindo aproveitar os benefícios da exposição à expansão do consumo global”. (Por Renato Andrade; reportagem adicional de James Regan em Sydney)
Estadão / Reuters