Vale compra 12 caminhões gigantes por US$ 100 mi
27/07/10
Imagine um veículo com altura de um prédio de três andares sobre chassis de quatro Fuscas, dirigido nas ruas de uma mina de extração de minério de ferro, com o dobro de largura de uma estrada normal.
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A analogia serve para ilustrar o porte dos 12 caminhões fora de estrada que a Vale está trazendo para operar em Carajás (PA).
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Capacitados para transportar 400 toneladas a cada viagem, os veículos vão se juntar a outros dois grandalhões que já estão sendo testados pela mineradora desde o início deste ano em seu polo paraense de mineração.
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Os gigantes comporão a frota de caminhões da empresa – hoje com 105 veículos também grandes, cuja capacidade de carga é de 240 toneladas.
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“Esse caminhões racionalizam o nosso aumento de produção, trazendo segurança. Estamos buscando alternativas para minimizar a exposição ao risco, que em mina é grande”, diz o gerente de operação de mina Luiz Mapa.
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Os equipamentos são uma alternativa tecnológica na logística da Vale e são considerados essenciais para suportar a alta no processamento de minério em Carajás – mina com reserva estimada em 7,2 bilhões de toneladas.
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A mineradora pretende atingir 240 milhões de toneladas anuais do produto em 2015. “Acredito que o futuro vai ser esse. Precisamos desse tipo de equipamento para suportar as nossas expansões. A produção no sistema norte vai ser de 100 milhões de toneladas neste ano. Em 2014, Carajás vai estar num ritmo quase 2,5 vezes maior que a atual”, indica o gerente.
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Produtividade maior
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A Vale investe US$ 100 milhões para trazer os equipamentos de Newport News, cidade do estado americano da Virginia, onde a subsidiária da alemã Liebherr Mining Equipment produz os foras de estrada.
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Os supercaminhões virão em lotes desmontados em navios até o final de 2011. Após o desembarque no Porto de Itaqui, em São Luís, serão transportados por ferrovia até Carajás, onde levarão cerca de um mês para serem montados.
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Equipados com faróis de neon, eles devem representar um ganho de produtividade de 15% em dias nublados e à noite.
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De acordo com Mapa, não foi necessário fazer alterações na estrutura de Carajás para conduzir os veículos. A Vale apenas reestruturou o posto de abastecimento de combustível, que precisou ser ampliado para comportar os fora de estrada.
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Apesar dos testes realizados desde janeiro, quando os caminhões entraram em operação, a Vale ainda não calculou a quantidade de diesel consumida por cada veículo.
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Segundo a empresa, a medição não foi possível devido às diferenças de níveis nos três tipos de cavas de extração de Carajás.
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Hoje, a frota da mineradora consome 300 mil litros diários de diesel com 3% de biodiesel, produto que em 2020 deve ascender à proporção de 20%.
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Outra explicação para a não medição de combustível é o fato de os caminhões terem sido usados para treinar 12 motoristas.
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Eles vão pilotar os pesos-pesado e, posteriormente, repassar os conhecimentos a outros profissionais da equipe de 600 motoristas de Carajás.
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“A base de utilização desse equipamento está centrada no treinamento”, diz Mapa.
Brasil Economico