Vale calcula que País precisa de mais 2 mil MW por ano
26/06/07
Por;Jacqueline Farid
Agência Estado;O gerente-geral de gestão de energia da Companhia Vale do Rio Doce, Ricardo Batista Mendes, disse hoje que, entre os projetos da empresa na área energética, está uma térmica a carvão de 600 megawatts (MW) a ser instalada em Barcarena, no Pará. Mendes, no entanto, não quis detalhar o projeto em entrevista após apresentação no seminário “O desafio da energia”, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Segundo Mendes, o crescimento de 4% no Brasil ao ano exigiria um aporte adicional de 2.000 MW médios a cada ano e essa oferta depende atualmente dos projetos de gás das termelétricas, da aprovação de construção de hidrelétricas e nas usinas do Proinfa (fontes alternativas), que ainda estão atrasadas.
Segundo ele, a plena realização desses projetos em curso garante o suprimento adequado após 2010, mas após esse prazo será preciso buscar novas alternativas. Ele listou como principais dificuldades dos projetos hidrelétricos a realocação de populações, a mobilização crescente de organizações ambientais e comunitárias, a complexidade do licenciamento ambiental e os altos custos de transmissão.
Apesar desses problemas, o executivo da Vale e os demais participantes do seminário concordam que a hidreletricidade é a principal vocação do Brasil no setor energético.
Odebrecht
O diretor da área de energia da construtora Norberto Odebrecht, Henrique Valladares, disse que os estudos ambientais para o projeto das hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, foram entregues em maio de 2005 e os esclarecimentos ao Ibama foram fornecidos em setembro daquele ano.
Indagado se a questão ambiental dos projetos hidrelétricos representa um atraso na atualidade, o executivo não quis fazer “juízo de valor”, mas ressaltou que o mais importante nessa questão, e que preocupa aos investidores, é o prazo de análise. Ele acredita que o governo está tomando providências em relação a isso. O projeto Madeira foi desenvolvido pela Odebrecht em parceria com Furnas Centrais Elétricas, subsidiárias da estatal Eletrobrás.
Ele destacou que países desenvolvidos como a França já aproveitaram grande parte do seu potencial hidrelétrico. Os franceses já chegaram a 100% do aproveitamento, os alemães a 83% e os japoneses a 64%. No Brasil, segundo ele, apenas 26% desse potencial já foram aproveitados, chegando a 30% com as construções em andamento, “o que significa grande potencial” a ser desenvolvido. Valladares afirmou que a Odebrecht participa hoje de cerca de 1.000 MW de potência em construção em projetos de energia no Brasil e 3.600 MW no exterior.
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Agência Estado