Vale assina memorando com grupo chinês Shougang
19/12/06
Objetivo é reduzir os custos de transporte e tornar o produto mais competitivo
Reuters
PEQUIM – A Vale do Rio Doce está trabalhando em um acordo de cooperação na área de navegação com o sexto maior fabricante de aço da China, o Shougang Group, para reduzir os custos de transporte do minério de ferro da Vale e tornar o produto mais competitivo em relação aos concorrentes australianos.
O memorando de entendimentos, que será assinado nesta terça-feira, também incluirá o estudo para a construção de plantas de minério de ferro e pelotas em Caofeidian, local pertencente ao grupo chinês.
A Vale pretende desenvolver uma frota de pelo menos 10 navios Chinamax, capazes de carregar mais de 300 mil toneladas de minério de ferro cada um, para rotas entre Brasil e China.
Navios deste porte podem ajudar a reduzir os custos de embarque em entre 3 dólares e 5 dólares por tonelada, o que ajudaria a Vale nos cada vez mais competitivos mercados asiáticos, disse José Carlos Martins, diretor executivo da divisão de ferrosos da empresa.
“É como estar mais próximo dos clientes da Ásia”, disse ele em entrevista na sua chegada a Pequim para a assinatura do acordo. “A idéia é ter uma situação mais estável no mercado de frete, não uma situação como a de agora em que o preço era de 15 dólares a tonelada há três meses e agora é de 35 dólares.”
A Vale busca maneiras de ajudar seus clientes a lidar com os custos de embarque para permanecer competitiva em relação a suas concorrentes australianas BHP Billinton e Rio Tinto, além da crescente produção chinesa. “O que é diferente é que a CVRD costumava lavar suas mãos no frete. Não é mais desse jeito”, disse Martins.
A Ásia responde a pouco mais da metade das vendas de minério de ferro da Vale e esse valor pode crescer para 60 por cento em 2008 e para 80 por cento em cinco anos.
As três principais mineradoras do mundo já estão negociando com seus clientes asiáticos os preços do minério de ferro para o ano que se inicia em abril de 2007.
Muitos analistas esperam que os preços cresçam em entre 5 por cento e 10 por cento em 2007, após altas muito superiores em 2005 e 2006. Mas o equilíbrio de forças pode pender para as siderúrgicas em 2008 com os altos preços do minério de ferro trazendo mais fornecedores para o mercado.
Reuters