Vale afirma desconhecer novo reajuste para minério de ferro
04/09/08
A Vale do Rio Doce informou nesta quarta-feira (3) que desconhece reajuste de 20% para o seu minério de ferro, ?conforme rumores observados no mercado?. O comunicado atende uma solicitação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). ?Ao mesmo tempo, a Vale informa que mantém permanente diálogo com seus clientes, buscando a negociação, em termos mutuamente satisfatórios, de condições comerciais, envolvendo entre outros fatores qualidade, volumes e prazos de fornecimento?, diz o comunicado.?A Vale reafirma também o compromisso com seus clientes, investindo montante substancial de recursos para aumentar sua capacidade de produção. Estamos investindo para aumentar a produção de minério de ferro de alta qualidade para atender às necessidades dos nossos clientes, tendo como meta alcançar capacidade de produção de 450 milhões de toneladas anuais ao final de 2012, o que demandará a realização de significativos investimentos em novas minas e ampliação de nossas ferrovias e portos.A Steel Business Briefing,agência de notícias especializada no setor mineral, divulgou a informação de que siderúrgicas chinesas teriam recebido um email da mineradora brasileira tratando do aumento de preço.Em fevereiro deste ano, a Vale fechou com as siderúrgicas da Ásia e da Europa um aumento de 65% a 71% sobre o preço do minério praticado em 2007. Segundo analistas, o novo ajuste seria uma resposta ao aumento de 80% a 96% obtido pelas australianas BHP Billiton e Rio Tinto. Oferta da BHP pela Rio Tinto é paralisadaOs esforços da BHP Billiton para realizar uma das maiores transações da história – a compra por US$ 130 bilhões da rival Rio Tinto – foram paralisados ontem, quando autoridades européias de defesa da concorrência suspenderam a análise da oferta. A Comissão Européia informou que a decisão foi motivada por falta de informação da BHP, fato que joga mais dúvidas sobre as chances de a mineradora anglo-australiana superar aquele que se tornou o maior obstáculo à aquisição. Com o adiamento do prazo para a decisão européia, originalmente 9 de dezembro, pode ser mais difícil para a BHP atingir sua meta anunciada de garantir aprovação das autoridades da Europa, África do Sul e Austrália até o fim do ano. O revés regulatório é apenas o mais novo capítulo de uma saga que se desenrola desde novembro, quando a BHP fez sua oferta, que depois aumentou para 3,4 ações suas para cada ação da Rio Tinto. A também anglo-australiana Rio Tinto rejeitou ambas as ofertas, qualificando-as de muito baixas. Em abril, as ações da Rio Tinto eram negociadas a uma cotação superior à da oferta, na expectativa de que a BHP fosse aumentá-la, para receber a recomendação do conselho da Rio Tinto. Desde então, porém, as ações desta caíram abaixo do valor da oferta. A BHP planeja agora ir direto aos acionistas da Rio Tinto depois de obter aprovação das autoridades de defesa da concorrência. Para ter sucesso, vai exigir a aceitação da maioria dos acionistas da rival. Não ficou imediatamente claro quanto tempo a suspensão da Comissão Européia duraria, ou quanto atrasaria o prazo para uma decisão. O relógio foi paralisado depois que a comissão solicitou dados da BHP que a empresa não pôde fornecer rapidamente, segundo uma pessoa ligada à mineradora. Essa pessoa disse que os dados estavam `levando algum tempo para ser extraídos do sistema`, mas não foi mais específica. Um porta-voz da BHP disse que essas suspensões são uma parte `normal` das investigações antitruste da CE. A BHP está confiante de que cumprirá a meta de aprovação das autoridades até o fim do ano, disse uma pessoa próxima da empresa. Um porta-voz da CE não quis detalhar a suspensão. A análise é complexa, avaliando empresas e mercados enormes que se estendem por todo o planeta. Em julho, a UE começou uma análise aprofundada, em duas etapas, do negócio. É provável que seja contenciosa, considerando as preocupações substanciais na Europa com o número cada vez menor de fornecedores de minério de ferro. Nos últimos anos, a UE determinou que empresas vendessem certas partes de seus negócios antes de aprovar aquisições. A BHP informou que não deveria ser exigida a fazer essas vendas. Autoridades americanas já deram aprovação preliminar à oferta. As da Austrália solicitaram mais informação à BHP e adiaram sua decisão. `O que aconteceu é provavelmente reflexo da dificuldade de se garantir a aprovação de várias jurisdições dentro do prazo esperado sem a cooperação da Rio Tinto`, analisou a corretora londrina Liberum Capital em nota. Uma pessoa familiarizada com a questão disse que não há negociações entre as empresas com o objetivo de se realizar uma transação amigável. (Fonte: The Wall Street Journal)
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