05/12/08

A Vale e o Governo do Estado do Rio de Janeiro assinam nesta sexta-feira protocolo de intenções para a adoção do Parque Estadual da Ilha Grande, na região da Costa Verde. O protocolo prevê obrigações conjuntas para a preservação e conservação da Ilha, reconhecida como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco e escolhida recentemente, por eleição popular, como uma das maravilhas naturais do estado. Pelo documento, entre outras obrigações, caberá à Vale colaborar no reforço do contingente de recursos humanos, incluindo treinamento e equipamentos; fornecer suprimentos, insumos e materiais necessários à operação do parque; colaborar na captação de recursos; e dar prosseguimento ao projeto de restauração do ecossistema da região, criado pela empresa no início de 2007. Neste período, o Instituto Ambiental Vale (IAV) fez levantamento do ecossistema da ilha, com imagens de satélite e pesquisas de campo. Com este diagnóstico em mãos, o IAV estabeleceu áreas-piloto de restauração em 15 hectares, a ser finalizada este ano, e construiu um viveiro de mudas com capacidade de produção de 60 mil mudas por ano. “Pela primeira vez e cotidianamente se faz a coleta de sementes das diferentes espécies ocorrentes na Ilha e sempre se contemplando a variabilidade genética. Com um ano, essa atividade já possibilitou a obtenção de sementes de 128 distintas espécies. Essas sementes são utilizadas na produção de mudas do viveiro, construído pelo instituto”, afirma o diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Vale, Walter Cover. ” Também por meio de sua fundação, a Vale capacitou, junto com outras empresas, 70 meninos da chamada Brigada Mirim da Ilha Grande em projetos de educação ambiental, recepção turística e coleta seletiva de lixo, além de uma fazenda-modelo de maricultura. Hoje, os resíduos produzidos na ilha são levados para o continente e, em alguns casos, são recicláveis, gerando valor para a comunidade. LIVRO. A assinatura do protocolo de intenções para a adoção do Parque Estadual da Ilha Grande estabelece uma nova etapa no processo de preservação e conservação das riquezas ambientais da região, que na realidade começou a ser elaborada há dois anos, com a construção participativa do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande (PDS), que também será apresentado nesta sexta-feira, em forma de livro. O plano é o resultado do esforço conjunto de 500 pessoas, entre moradores e representantes de ONGs, poder público e iniciativa privada, que buscam alternativas sustentáveis para o futuro da região. Sob a articulação do Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande (Consig), entidade empresarial presidida pelo diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli, em parceria com a empresa de consultoria ambiental Agência 21, foram realizadas 32 oficinas durante todo o processo de construção do plano, que resultaram em 264 propostas ou iniciativas. Depois de estruturadas e consolidadas, elas deram origem a um plano de ação com 58 projetos, dois quais 23 foram selecionados em uma agenda de alto impacto. O PDS servirá também para direcionar as ações dos governos municipal e estadual, que já assumiram compromissos com projetos previstos no plano, como saneamento básico, melhoria da infra-estrutura para o turismo e serviços públicos. “O desenvolvimento sustentável de um território é um processo de longo prazo, do qual o planejamento é a primeira e, muitas vezes, a mais difícil etapa. O planejamento realizado na Ilha Grande foi fruto de um trabalho conjunto, do qual participaram centenas de atores locais em um período de dois anos, sendo construído a partir de um objetivo comum, uma visão compartilhada. Uma visão de uma Ilha Grande próspera e sustentável, com riquezas naturais conservadas, com uma economia dinâmica e com uma população com melhor qualidade de vida”, afirma Agnelli, no prefácio do livro. No mesmo documento, o presidente da Fundação Vale, Sílvio Vaz, acrescenta que o PDS é uma aposta da Vale no futuro da Ilha. “Esse (o plano) é um benefício que alcança a todos. Por isso mesmo, a Vale está empenhada em contribuir para a construção de um mundo mais humano , baseado em planejamento e colaboração”, diz.

Jornal do Commercio Brasil – RJ