Usiminas se concentra em produtividade
08/05/13
Com investimentos de R$ 11 bilhões nos últimos cinco anos na modernização de suas linhas de produção, a Usiminas estabeleceu para este e os próximos anos metas e padrões de produtividade para atender ao novo foco da companhia: gerar valor.A Usiminas está aumentando o valor agregado de seus produtos para atender, sobretudo, ao mercado interno. A usina de Cubatão (SP), por exemplo, conclui ainda este ano uma nova linha de produção, a decapagem, processo que dota o aço de maior valor agregado, ao retirar suas oxidações e impurezas. A ideia é atender à demanda de mercado para produção de rodas leves, peças automotivas e aço galvanizado utilizado na construção civil. A Usiminas também ampliou o uso de seu próprio coque e gás, reduzindo seus custos de produção. A companhia está ampliando a geração própria de gás e coque na usina de Ipatinga (MG). Os dois insumos são fundamentais para a produção de aço”No ano passado, concentramos nosso foco em fortalecer os mecanismos de controle da empresa. Impusemos uma gestão mais disciplinada dos custos e dos investimentos, adaptando-os ao contexto vivido pelo setor industrial. Este ano, estamos focados em buscar maior eficiência operacional e maior produtividade. Para isso, aprofundaremos os estudos de engenharia industrial”, afirma o presidente da Usiminas Julián Eguren.Embora o lucro da companhia tenha sido impactado negativamente pelas despesas financeiras no primeiro trimestre deste ano, houve um crescimento de 65% do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia, em relação ao mesmo período de 2012. Se comparada somente a atividades de siderurgia, que é o core business da companhia, no mesmo período, houve um aumento de 78% no Ebitda.A Usiminas é a maior produtora de aços planos da América Latina e tem uma capacidade de produção de 9,5 milhões de toneladas por ano nas usinas de Ipatinga e Cubatão. A empresa ainda tem três minas em operação, localizadas na região de Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. O minério de ferro extraído abastece as usinas e também é exportado.A Usiminas também atua no segmento de produtos especializados e se dedica à industrialização e à comercialização de peças estampadas de aço para a indústria automobilística, além de fabricar produtos de alto valor agregado para a indústria de bens de capital.O novo laminador de tiras a quente, na usina de Cubatão, com capacidade de produção de 2,3 milhões de toneladas por ano, que entrou em funcionamento no fim do ano passado, permitirá à empresa expandir seu portfólio de produtos mais nobres para o segmento industrial, em mercados como o de tubos de grande diâmetro, autopeças, máquinas e equipamentos industriais e construção civil.”A Usiminas está avançando em ter uma configuração industrial mais eficiente e competitiva. Com base nessas duas frentes básicas, controle e produtividade, a Usiminas espera ganhar condições crescentes de competitividade ao longo de 2013″, diz Eguren. Com a nova linha de galvanização, inaugurada em 2011, na usina de Ipatinga, a Usiminas duplicou a oferta de aços galvanizados para o setor automotivo, de linha branca, construção civil e distribuição.No mercado automotivo, além do aumento na capacidade de produção, os investimentos vão proporcionar à empresa maior expertise no processo de produção de bobinas e chapas ultra-resistentes, mas com espessura reduzida, utilizadas na construção de peças de reforço de veículos.Essa especificação atende, sobretudo, a uma crescente demanda do setor automobilístico, que vem buscando soluções de aços galvanizados mais leves, através da diminuição de sua espessura, e com maior resistência que permitam o desenvolvimento de veículos também mais leves e, consequentemente, com menor consumo de combustível.O executivo explica que, além das melhorias operacionais, a Usiminas está buscando ofertar um portfólio mais competitivo e com alto conteúdo tecnológico. “Estamos empenhados em fortalecer o mercado brasileiro com produtos de alto conteúdo tecnológico e o relacionamento com os nossos clientes. No desafio é elevar esse patamar de vendas internas”, afirma Eguren.”Naturalmente, sem deixarmos de capturar oportunidades no mercado externo. A tendência de queda nas importações representa oportunidades de mercado para a Usiminas. Estamos empenhados em capturá-las com um portfólio de produtos diferenciados e de classe mundial”, diz o executivo.Eguren explica, entretanto, que a realização de um forte movimento de exportação de produtos em estoque na Usiminas, no ano passado, contribuiu também positivamente para reduzir o capital de giro em cerca de R$ 2 bilhões, melhorando a eficiência operacional da companhia. Houve ainda um aumento na produtividade do lingotamento contínuo, máquina que produz placas de aço.A companhia ainda desativou duas de suas oito máquinas, que apresentavam baixa eficiência. Ele explica que a gestão de pessoal foi mais incrementada. Além disso, houve um aumento no treinamento dos trabalhadores das linhas de produção, com foco na manutenção preventiva.Atualmente, diversos tipos de aço produzidos pela Usiminas utilizam a tecnologia CLC, que permite a produção de chapas grossas com alta resistência mecânica, elevada tenacidade e desempenho superior de soldabilidade – características técnicas ideais para melhor performance do aço em grandes profundidades marítimas, como, por exemplo, a camada pré-sal.O executivo explica que o suporte desse desenvolvimento de novos produtos e processos é o centro de pesquisas em siderurgia que a empresa mantém na usina de Ipatinga (MG).O laboratório é mantido pela companhia há 40 anos e possui 17 unidades no complexo industrial, com 60 pesquisadores diretamente envolvidos nas pesquisas que visam otimizar as tecnologias adotadas, aprimorar as já existentes.O centro atua também em atividades de engenharia de aplicação para atendimento e necessidades específicas apresentadas pelos clientes da Usiminas.
Valor Econômico