Usiminas defende verticalização do setor
04/06/08
O conselheiro da Usiminas – que entregou ontem o cargo de presidente do IBS a Flávio Azevedo -, Rinaldo Soares, disse que a verticalização do setor siderúrgico é uma tendência irreversível. Ele disse inclusive que a empresa não vai parar na compra da mina J. Mendes, se houver ativos minerários de porte e com logística favorável.Na semana passada, a Vale colocou sua participação na Usiminas à venda por discordar do posicionamento e atuação da empresa.Com os preços das matérias-primas subindo, as siderúrgicas estão buscando se verticalizar. “Essa tendência é uma tendência irreversível”, disse.Para Soares, o mercado aprovou a verticalização, “tanto que as ações da Usiminas se valorizaram significativamente”. O valor de mercado da Usiminas subiu cerca de US$ 7 bilhões em dois meses, segundo ele.A desistência da Vale de ter participação na Usiminas, no entanto, não desanimou a mineradora a investir em siderurgia, tanto que, apesar de não ter encontrado ainda um parceiro, vai manter o projeto de construção de uma siderúrgica no Pará.”O projeto vai em frente sem parceiros, o que não significa que a gente não vá buscar parceiros”, ressaltou Agnelli, que participou do Encontro Nacional da Siderurgia e voltou a criticar a tendência de siderúrgicas brasileiras buscarem a verticalização, com investimentos em mineração.Por outro lado, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Coutinho, admitiu que poderá ser parceiro da Vale na construção da siderúrgica no Pará. O banco participaria como sócio e como banco de fomento.O ex-presidente da Usiminas, Rinaldo Soares, e o presidente da Vale, Roger Agnelli, trocaram farpas ontem no 1º Encontro Nacional de Siderurgia, no Rio, e reafirmaram suas divergências que culminaram no anúncio de venda pela mineradora das ações que possui da siderúrgica. Para Rinaldo, a verticalização do setor siderúrgico é uma tendência irreversível. “A Usiminas não vai parar na compra da mina J. Mendes, se houver ativos minerários de porte e com logística favorável”, disse.A desistência da Vale pela Usiminas, no entanto, não desanimou o plano da mineradora a investir em siderurgia. Apesar de não ter encontrado ainda um parceiro, vai manter o projeto de construção de uma siderúrgica no Pará. O BNDES já se mostrou disposto a fechar parceria com a Vale no projeto paraense.Discussões à parte, fabricantes de aço garantem que não faltará produto para abastecer o mercado interno. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Flávio Roberto Azevedo, setor deve ampliar a produção atual de 41 milhões para 63 milhões de toneladas, em 2013. E a CSN anuncia o início de operação das unidades de placas no Rio e em Minas até 2013.
DCI