Um dia de reflexão sobre a segurança
27/07/07
Não podemos dizer que hoje, o Dia Nacional de Prevenção a Acidentes no Trabalho, seja um dia de comemorações. Mais que uma data no calendário, 27 de julho é um dia para empresas e trabalhadores refletirem sobre a maneira como as atividades laborais estão sendo desenvolvidas e a atenção dispensada à saúde do funcionário e à segurança no trabalho. Os últimos dados da Previdência Social sobre o assunto dão conta de que o número de acidentes de trabalho registrados no Brasil em 2005, 492 mil, é 5,6% maior que os números referentes a 2004. No mesmo período, as empresas catarinenses registraram 32.339 acidentes no trabalho, segundo dados fornecidos pela Delegacia Regional do Trabalho. Nem todos acidentes são informados Esse número talvez possa ser ainda maior, já que nem todos os acidentes que ocorrem se tornam conhecidos. A reclamação de que muitas Comunicações de Acidente de Trabalho (Cats) não chegam à Previdência Social não são raras. No entanto, existe um movimento, por assim dizer, de diversos setores preocupados com os dados. O industrial pode servir de exemplo. Esse setor apresentou a maior freqüência de acidentes registrados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2005: 47,3% das notificações. Setor carbonífero realiza Cipamin Em Criciúma, um dos setores que tem se mobilizado quanto a essa situação é o carbonífero. Essa semana, a Comissão Regional do Setor Mineral (CRSM) realizou o 7º Seminário da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração (Cipamin). De quarta-feira até hoje, trabalhadores participaram de palestras sobre segurança no trabalho, tabagismo/alcoolismo/drogas ilícitas, primeiros socorros, legislação previdenciária e motivação no trabalho, com representantes da CRSM e de entidades como Delegacia Regional do Trabalho em Santa Catarina, Ministério Público do Trabalho, Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e INSS. Segundo Genoir José dos Santos, um dos coordenadores da Cipamin, o seminário pretende divulgar e debater o tema saúde e segurança no trabalho, além de trazer informações aos trabalhadores da mineração. Ele afirma que, na região, a atividade mineradora ainda não conseguiu reduzir o número de acidentes de trabalho, porém, a gravidade deles foi reduzida. “Conseguimos fazer com que os acidentes sejam menos graves. Os próprios trabalhadores passaram a ter mais conhecimento das questões relacionadas à saúde e segurança, e assim cobrar mais atenção das empresas quanto a isso”, afirma. Empresas atentas gastam menos Na outra ponta da corda, estão as empresas, que segundo Patrice Damiani Mazzucco Zanatta, engenheira de Segurança do Trabalho do Sesi de Criciúma, estão mais atentas à segurança e saúde dos trabalhadores. Segundo ela, o investimento que as empresas fazem também retorna para elas, que acabam gastando menos para “remediar” a situação. “Além disso, há também a preocupação com a parte social”, afirma. Milena Nandi | da Redação
A Tribuna – Criciúma