Teste inédito mostra ao vivo economia de combustível com pneu radial
25/08/11
Redução no consumo médio de óleo diesel é superior a 8 % no comparativo entre pneu radial e diagonal
A Michelin, empresa global com 71 fábricas no mundo, realizou no dia 21 de julho no Customer Center da Volvo, em Curitiba (PR), o primeiro teste comparativo entre a tecnologia radial e diagonal em relação ao consumo de combustível e produtividade da América do Sul. Ao vivo, aberto à imprensa e submetido à auditoria da Fundação Vanzolini, o comparativo utilizou uma carregadeira Volvo L60F com tanque de combustível externo adaptado, para ser possível visualizar o consumo de óleo diesel em tempo real, em duas situações, uma utilizando pneus radiais XHA Michelin e outra com pneus diagonais de outra marca.
Cada pneu foi testado durante uma hora de operação na parte da manhã, em condições de terreno úmido, e em mais uma hora no período da tarde, com solo encharcado, no carregamento de brita tipo dois em um caminhão rodoviário. Antes do início de cada sequência de trabalho, o combustível utilizado foi pesado e ao final da operação, sofreu nova pesagem para se verificar a diferença de consumo.
Iniciado às 9 horas com o pneu radial XHA da Michelin e término às 10 horas, o primeiro teste do dia indicou variação de 10,710 kg de óleo diesel entre a pesagem inicial e final do tanque de combustível. Às 11 horas, a mesma carregadeira com o mesmo operador, começou a trabalhar com os pneus diagonais até às 12 horas, quando foi feita nova pesagem, que apontou consumo de 11,815 kg de combustível. No primeiro comparativo entre a tecnologia radial e diagonal, foi comprovada a redução de 9,65 % no consumo, aumento de 6,5 % na produtividade, já na relação produtividade por consumo, a vantagem obtida foi de 15,4 %.
Às 13 horas e 40 minutos foi iniciado novo teste com os pneus diagonais, mas devido à intensa chuva na capital paranaense, a operação teve que ser feita em uma situação mais difícil que a da parte da manhã. Com o solo encharcado o equipamento consumiu 12,085 kg de óleo diesel com esse tipo de pneu, já com os modelos XHA radiais da Michelin, que operaram das 16 horas até às 17 horas sob as mesmas condições, o consumo foi de 11,180 kg. O comparativo do período da tarde mostrou redução de 7,56 % no consumo, aumento de 5,2 % na produtividade e de 12,2 % na relação produtividade por consumo de combustível.
A média entre os testes da manhã e da tarde indicaram economia de 8,5986 % no consumo, ganho médio de produtividade de 5,8 % e de 13,8 % de vantagem na relação produtividade por consumo de combustível, o que comprovou a superioridade do pneu radial contra o convencional. Apesar das vantagens em se usar esse tipo de tecnologia nos equipamentos, alguns setores, como o de construção civil, ainda mantêm suas operações com pneus convencionais por serem 40 % mais baratos.
Segundo Newton Amorim, diretor de marketing América do Sul da empresa, “o mercado brasileiro ainda não utiliza em massa pneus radiais devido ao investimento inicial mais alto e por não levar em consideração a economia gerada com o tempo em consumo de combustível e durabilidade, já que a vida útil chega a dobrar, por isso promovemos esse teste para mostrar que vale a pena investir”, explica. O diretor ainda comenta que, “no segmento de construção e terraplenagem, apenas 30% dos equipamentos utilizam pneus radiais, sendo a Michelin responsável por 21% dessa parcela, agora em outros setores, como o de veículos leves e principalmente o de mineração, que já opera com 97% da frota utilizando pneus radiais, e 54% desse total de produtos nossos, a radialização já é uma realidade”. No entanto, devido à intensa demanda do mercado, os fabricantes ainda não conseguem suprir 100 % do setor, o que ainda provoca falta de pneus às mineradoras.
Gilson Santiago, diretor geral marketing e vendas para pneus de terraplenagem e mineração da Michelin América do Sul, ressaltou que o teste é estratégico para a empresa: “queremos ser líderes no mercado de radiais no segmento de construção civil sul-americano, assim como somos no setor de mineração. O teste de hoje visou mostrar como há redução significativa no consumo de combustível, aumento de produtividade e redução na emissão de CO2 na atmosfera, trazendo também benefícios ao meio ambiente” termina.
Visto que a América do Sul já representa quase 30% do faturamento da empresa no segmento de pneus de grande porte para mineração, que prefere essa tecnologia pela maior aderência, possibilitando operação nos mais diversos tipos de solo, a Michelin tem a intenção de começar a produzir no Brasil o pneu rodoviário OTR XZH-1200, no entanto, ainda é necessária definição da matriz da empresa.
Radial X diagonal
Compostos por lonas de fibras têxteis sobrepostas e cruzadas umas em relação às outras, os pneus diagonais, ou convencionais, apresentam flancos solidários à banda de rodagem, dessa maneira, quando em movimento, cada flexão dos flancos é transmitida à banda de rodagem, conformando-a ao solo.
Esse tipo de pneu caracteriza-se pelo desgaste mais rápido; consumo da combustível elevado; aquecimento desnecessário devido ao lixamento com o solo, fricção entre lonas e a má condução de calor do material têxtil; pior aderência vista sua menor área de contato entre o pneu e o solo e, por fim, maior possibilidade de cortes e furos, o que reduz a vida útil do produto.
Já no pneu radial, os cabos da carcaça estão dispostos em arcos perpendiculares ao plano de rodagem e orientados em direção ao centro do pneu e a estabilização do piso é obtida através de três ou quatro lonas de aço sobrepostas, essa construção faz com que os radiais apresentem características técnicas superiores aos convencionais, como: aumento da vida útil por trabalhar mais frio; transmissão menor de impacto para o equipamento; maior aderência e desgaste mais uniforme, já que a área de contato entre o pneu e o solo é maior e constante e, por também, aumento na estabilidade pela redução das deformações da banda de rodagem.
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