Tarifas sobre o aço do Brasil são suspensas pelos Estados Unidos
15/12/06
As tarifas sobre dois tipos de aço importados pelos Estados Unidos junto a 14 países, incluindo o Brasil, serão suspensas após um painel norte-americano de comércio exterior ter concluído que seu fim não prejudicará as fabricantes norte-americanas.
A Comissão Internacional de Comércio Exterior dos Estados Unidos aprovou por seis votos a zero a suspensão das tarifas incidentes sobre as placas de aço provenientes de onze países: Bélgica, Brasil, Finlândia, Alemanha, México, Polônia, Romênia, Espanha, Suécia, Taiwan e Reino Unido.
;Por quatro votos a dois, a comissão aprovou a suspensão das tarifas, aplicadas há 13 anos, sobre o aço resistente à corrosão exportado por quatro países: Austrália, Canadá, França e Japão. As tarifas incidentes sobre o aço resistente à corrosão importado pelos Estados Unidos da Alemanha e da Coréia do Sul continuarão em vigor, determinou a comissão.
O aço é empregado na produção de automóveis. A Ford Motor Co., a General Motors Corp., a Toyota Motor Cor. e outras montadoras tinham encaminhado uma petição para que as tarifas fossem suspensas. Por outro lado, siderúrgicas como a U.S. Steel Corp., a sétima maior produtora mundial de aço, argumentaram que a abolição das tarifas fere as leis voltadas para proteger as fabricantes norte-americanas dos produtos importados submetidos a condições desleais de produção e levariam à adoção de fechamentos de empregos e usinas.
A decisão ocorre num momento em que a indústria siderúrgica norte-americana concentrou seu capital e voltou à lucratividade, após a queda registrada cinco anos atrás.
As montadoras, que em 2003 não se imiscuíram nos conflitos políticos envolvendo as tarifas sobre o aço, dizem que essa saúde financeira demonstra que as siderúrgicas não serão prejudicadas pelo ingresso do produto importado a preço mais baixo. Mais de um terço dos US$ 2 bilhões em aço resistente à corrosão importado pelos EUA todos os anos é empregado pelas montadoras e por suas fornecedoras de autopeças.
Segundo as normas do comércio mundial, a cada cinco anos a comissão de comércio exterior precisa decidir se a revogação das tarifas antidumping resultará ou não em prejuízos para fabricantes norte-americanas como a U.S. Steel, a Nucor Corp. e a AK Steel Holding Corp. As tarifas mudam todos os anos e variam de empresa para empresa.
Brasil
Procurada pelo DCI, a Gerdau afirmou que, no momento, está analisando o tema. O Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) não retornaram até o fechamento da edição.
DCI