04/02/14

A Suncor Energy, maior empresa do setor de energia do Canadá, contratou a General Electric (GE) para desenvolver uma técnica para controlar a poeira nas estradas das areias betuminosas do projeto MacKay River, no Canadá. A GE criou o DusTreat, um tipo de cola que utiliza o co-produto da fabricação de celulose e papel e mantém as partículas unidas.
A nova técnica, além de deixar as estradas mais limpas, contribuiu para uma redução de 85% no uso de água, o equivalente a uma economia de 136 milhões de litros de água por ano. O uso do combustível também diminuiu em 70 mil litros, resultando numa queda de 190 toneladas de dióxido de carbono emitidas na atmosfera.
O DusTreat substitui o método de espirrar água no material para controlar a poeira. A Suncor disse que é uma medida ineficiente, considerando que, em dias mais quentes, a água evapora em cerca de 15 minutos. O novo método é mais sustentável e causa menos danos às estradas.
Gwen Morgen, coordenadora de manutenção da Suncor em MacKay River, explica que o composto orgânico e biodegradável, testado pela primeira vez em 2012, foi usado em todo o site do projeto e agradou à diretoria da empresa.
?Quando assumi o cargo em 2011, percebi rapidamente que o método de espirrar água não era sustentável e que não estávamos obtendo um desempenho desejável. O DusTreat foi um sucesso e teve seu desempenho aprovado pela diretoria?, disse Morgen.
A parceria entre a Suncor e a GE foi além da venda do DusTreat. As empresas trabalharam juntas em um programa de controle de poeira, que inclui a manutenção de estradas, adaptadas especialmente para a necessidade da Suncor.
?Nossa equipe vai até o local, analisa as estradas, as condições dos leitos das estradas, o trânsito e as condições do tempo, para poder desenvolver um programa específico?, explica Jennifer Brown, especialista da GE. A empresa possui produtos projetados para o controle de poeira em sites industriais em todo o mundo, como minas e usinas de energia.
Brown conta que a técnica de espirrar água, além de não ser eficiente, também pode danificar as estradas. ?Uma estrada não asfaltada, durante um período de chuvas fortes, terá muitos buracos. Então, a questão de utilizar água pode causar um problema de segurança nas estradas?, disse.
A Suncor tem trabalhado com medidas para reduzir o volume de águas residuais. Uma estação de tratamento de águas residuais de US$ 150 milhões deve entrar em start-up em 2014. Com a nova instalação, a empresa vai diminuir a quantidade de água que extrai do Rio Athabasca, em Alberta, no Canadá.
De acordo com o Pembina Institute, um instituto do Canadá que desenvolve estudos para energias mais limpas, um barril de betume de uma mina de areias betuminosas precisa de 2,4 barris de água fresca.
Simon Dyer, um dos representantes do instituto comentou sobre as medidas tomadas pela Suncor. ?A Suncor tem feito um bom trabalho nessa redução da quantidade de água utilizada por barril. Porém, pensando em uma perspectiva mais genérica, a quantidade de água extraída do rio vai continuar a crescer como resultado do aumento da produção?, disse.

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