Setor surpreende e amplia cagas de emprego formal
08/01/09
Márcia Damasceno
Apesar da crise internacional, o setor extrativo mineral no Pará apresentou aumento de 19,92% no emprego formal, de janeiro a novembro de 2008, segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgado ontem. O desempenho também foi o maior dentre os demais setores econômicos no Estado. Foram feitas 3.135 admissões contra 1.331 desligamentos, gerando saldo positivo de 1.804 postos de trabalho, número maior que o registrado em igual período de 2007, quando o crescimento no setor foi de 16,03%.
O setor apresentou saldo positivo, também no mês de novembro de 2008, de 26 postos de trabalho. O crescimento de apenas 0,24% com relação ao mês anterior é, de acordo com o Dieese, “sinais claros da diminuição de contratações em função dos impactos da crise sobre o setor, que começaram já a partir de outubro”.
O Pará foi um dos poucos Estados da região Norte a apresentar crescimento do emprego formal em novembro, diante da maioria que registrou queda.
O Estado também apresentou melhor desempenho na análise dos últimos doze meses (dez/07-nov/08), cujo crescimento foi de 22,51% com geração de 1.901 postos de trabalho, seguido do Amapá, com 21,45%. Apenas Roraima e Tocantins apresentaram queda do emprego formal em toda a região Norte, com decréscimos de 14,71% e 3,11%, respectivamente. O saldo de postos de trabalho formais no Setor Extrativo Mineral pelo Pará (1.901) correspondeu a 15,95% do obtido em todo Brasil (11.920) e a 84,83% dos postos de trabalho obtidos em todo Norte (2.241).
Para o coordenador técnico do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Pará (PDF) da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Evandro Diniz, os números do Dieese não diferem do que vêm acontecendo nos últimos anos. “Nos anos anteriores, estávamos subindo entre 16% e 23% em termos de geração de emprego”, relata. Até novembro de 2008, Diniz estima que o crescimento em valores absolutos tenha alcançado os R$ 3,2 bilhões. “Em 2007, empresas nesse âmbito compraram cerca de R$ 2,8 bilhões de empresas paraenses, entre produtos e serviços”, informa.
Sobre as projeções futuras, o coordenador declara que grandes empresas como Vale e Alcoa deverão manter os investimentos no setor em 2009, o que pode, inclusive, manter o crescimento do setor, apesar da crise e da diminuição da demanda do mercado, o que pode fazer com que estas empresas reduzam a sua produção.
Diário do Pará