Setor mineral puxa alta industrial
09/04/10
A indústria no Estado do Pará registrou crescimento em fevereiro (1,3% sobre janeiro) pelo terceiro mês consecutivo e, com isto, já acumula uma expansão de 6,5% entre os meses de dezembro e fevereiro. Também houve ampliação no ritmo produtivo no acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem. Para Sidney Rosa, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), este é um momento de comemoração direcionado apenas ao setor do extrativismo mineral cujo progresso foi de 18%, mas as industrias tradicionais, como a da castanha-do-pará, dendê, palmito e da construção civil, não apresentaram dados semelhantes.
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“Os índices alcançados são importantes, pois todo o crescimento é relevante, mas o destaque foi para um setor que não gera grande número de empregos no Estado. Se formos considerar os últimos doze meses, este desenvolvimento apenas recupera parte do que perdemos no mesmo período do ano passado em que estávamos no auge da crise econômica mundial que trouxe ao Estado o retrocesso das industrias tradicionais. Por este motivo, entende-se que ainda há o que ser feito para que este quadro melhore verdadeiramente”, afirma Sidney.
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Os setores industriais autênticos da região Norte não demonstraram avanços. Segundo Sidney, dois problemas são os principais causadores da falta de investimentos. “O primeiro motivo se refere às taxas de câmbio que estão fora da realidade. Se pensarmos na inflação dos últimos 16 anos do plano real, é possível verificar que o dólar deveria estar com o valor em torno de R$ 3,50 e está valendo menos que a metade. Desta forma, o que antes vendíamos por um preço agora vendemos por outro bem menor e quem perde somos nós”, acredita Sidney, acrescentando que a crise nos Estados Unidos é o segundo motivo que dificulta o crescimento.
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A expectativa do vice-presidente é de que, em seis ou 12 meses, o crescimento se apresente com indicadores melhores. “Dependemos, é claro, da economia americana porque é ela quem vai elevar o resto do mundo”, disse Sidney. Para ele a saída para as indústrias paraenses é: vender para o mercado interno ou diminuir a produção. A principal pressão negativa veio da metalurgia básica com – 6,9%. De acordo com o IBGE, os índices sazonais, que variam de acordo com o período, avançaram em sete das 14 localidades pesquisadas.
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O estado que se sobressaiu a nível nacional foi Pernambuco com 11,1%, seguido de Goiás com 8,3%, posteriormente o Rio de Janeiro com 2,3%. Após estes se verifica o Estado de São Paulo com 2,2% e Minas Gerais com 2,% que cresceram acima da média nacional que é de 1,5%. Entre as sete áreas que reduziram a produção, nesse confronto, Rio Grande do Sul (-5,3%) e Amazonas (-3,9%) registraram as quedas mais elevadas.
O Liberal PA