13/11/08

O Brasil é um dos maiores fornecedores de minérios para a indústria global. Além de exportador, o país também capta investimentos internacionais em mineração. O significado da produção mineral brasileira para o crescimento desse setor no mundo foi o tema da palestra `Globalização da indústria mineral`, ministrada pelo geólogo e economista Luciano de Freitas Borges, presidente da Stell Mining, na abertura das palestras do I Congresso de Mineração da Amazônia, que segue até esta quinta-feira (13), paralelamente à EXPOSIBRAM – Exposição Internacional de Mineração no Hangar ? Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.De acordo com Luciano Borges, o governo brasileiro tem se esforçado para atrair investimentos externos e ampliar a participação em organismos internacionais. O setor mineral brasileiro recebe, a cada ano, mais de R$ 1,5 bilhão em investimentos. Contudo, a indústria mineral do país ainda enfrenta obstáculos legais e estruturais para se desenvolver plenamente. `Ainda não encontramos um ponto comum entre a realidade do Brasil e a legislação vigente`, explicou o geólogo.Os investimentos em mineração, segundo Luciano Borges, vêm de mercados estrangeiros. Por isso, é importante que a indústria mineral brasileira busque cada vez mais a internacionalização. `Companhias como a Vale, a Gerdau e a Votorantim se consolidaram em outros países. É preciso também mudar nossa imagem lá fora, onde ainda pensam que o Brasil é apenas um fornecedor de matéria-prima bruta, um imenso garimpo`, disse Luciano. Participaram dos debates Demian Fiocca (Diretor-Executivo da Vale), José Carlos Vieira (Gerente Geral da Alcoa) e o deputado estadual Gabriel Guerreiro.PotencialidadesNo workshop `Potencialidades da Amazônia`, ministrado por Alberto Rogério da Silva (consultor do Instituto Brasileiro de Mineração da Amazônia – IBRAM), Fernando Carvalho (Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais – CPRM) e João Carlos de Melo (consultor do IBRAM ?MG), sob a coordenação de Daniel Nava, secretário executivo de Geodiversidade do Amazonas, que abriu a programação da manhã no Congresso, foi colocado em debate o grande potencial mineral ainda não descoberto na região.Alberto Rogério da Silva detalhou as potencialidades da região, que desde 1950 recebe investimentos no setor mineral. `Nós somos uma terra que tem muitas riquezas minerais no subsolo. Hoje, nove municípios produzem bens minerais, dos mais significativos, como cobre, níquel, bauxita, alumina, ouro, ferro,caulim, dentre outros. A meta é que até 2012 este número seja elevado para 14 ou 15 municípios. Fora o que ainda está sendo descoberto`, relatou. ExposiçãoA EXPOSIBRAM Amazônia ? I Exposição Internacional de Mineração reuniu um grande público no primeiro dia de visitação. Boa parte dos estandes foi montada com base no conceito de sustentabilidade, que também marca a programação do I Congresso de Mineração da Amazônia.A empresa Clean Service trouxe cadeiras, mesas e vasos feitos com garrafas pet, jornais, revistas e pneus. Além disso, um tapete foi montado com tampas de garrafas plásticas. Tudo isso é feito a partir da coletiva de lixo em alguns bairros de Belém. Além de empresas que investem em reciclagem e reutilização de produtos que iriam para o lixo, a EXPOSIBRAM Amazônia reúne outros 127 expositores: destes, mais de 30 empresas atuam no Pará como a Vale, Mineração Rio do Norte, Grupo Alubar, Globe Metais, Alcoa e Imerys. O estande da Alcoa, mineradora que desenvolve projeto no município de Juruti, valoriza iniciativas voltadas ao meio ambiente, à cultura e às comunidades daquele município. Os artesãos da região, que utilizam fibras, cipós, sementes e outros recursos naturais, estão recebendo capacitação por meio do Programação Resgate e Valorização do Artesanato da Mina de Juruti. O estande traz ainda bancos em madeira, como a sucupira e maracatiara, produzidos com cipó-titica e palha de tucumã-piranga sobre uma estrutura de madeira, fabricadas em Juruti. Também representam o artesanato jurutiense luminárias em cipó-ambé inspiradas em paneiros (cestaria muito comum na região Oeste do Pará), além de duas mesas no formato de quelônios com materiais de divulgação da Alcoa. O estande da Imerys Rio Capim Caulim traz painéis com fotos do processo de beneficiamento do caulim, mostruários do minério e exemplos de suas várias utilidades. Seja na folha de papel, nas pí¬lulas de remédio ou em produtos de beleza, o caulim está presente do dia-a-dia das pessoas. O visitante poderá entender a presença do caulim no cotidiano, como – por exemplo – nos cosméticos. A Chama da Amazônia criou três produtos para a pele que levam o caulim da Imerys RCC em sua composição. Os produtos, dermatologicamente testados, também são compostos de açaí e buriti. O sabonete tem a função de renovação celular e ativa a hidratação; a máscara facial clareia, nutre e remove o excesso de oleosidade da pele, também renovando as células mortas; já o creme corporal esfoliante, proporciona uma leve esfoliação, clareando e amaciando a pele, tem função nutritiva e de anti-envelhecimento. Para fazer demonstrações, profissionais estarão à disposição dos visitantes, que podem agendar a visita no próprio estande da Imerys. ServiçoA EXPOSIBRAM Amazônia, realização do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Pará e do Governo do Estado, segue até o dia 13 deste mês, no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O horário de visitação é das 14h às 21h. Mais informações no site wwww.exposibram.org.br

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