Setor industrial ganha força e novos rumos em Rondônia
22/03/10
A economia do Estado de Rondônia ganha novos contornos com a aceleração da área industrial, estimulada pelas obras das hidroelétricas que integram o Complexo do Rio Madeira. Para se ter uma ideia, a construção de duas delas, Jirau e Santos Antonio, vão demandar aportes de mais de R$ 24 bilhões juntas.
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Companhias que a princípio instalam suas plantas para atender a necessidade de equipamentos e insumos dos mega-empreendimentos se preparam para no futuro fornecer seus produtos para a região Norte e países da América Latina. É o caso da Alstom e da Bardella, que juntas investiram R$ 90 milhões para erguer a Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia (IMMA), especializada em hidromecanismos, que já nasce a sua produção voltada para Santo Antônio, mas com o foco também voltado para outros mercados do entorno. “Teremos a possibilidade de não só atender outros projetos na região Norte do País, como também no Peru, além de oportunidades que podem surgir na Bolívia Equador e América Central”, explicou Marcos Costa, vice-presidente de Power da Alstom Brasil.
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O presidente da Alstom Hydro &Wind, Philippe Cochet, que esteve em Rondônia na última quinta-feira para participar da inauguração da IMMA, conversou com o DCI, ocasião em que ressaltou o bom posicionamento brasileiro para os negócios da companhia. “O mercado brasileiro de hidroelétricas é um dos maiores do mundo”, disse ao acrescentar que “estamos praticamente no páreo com a China, somente atrás da Índia. Portanto, o Brasil é uma das regiões mais importantes para nós em termos de investimento”, falou ao lembrar da fábrica de equipamentos eólicos, orçada em aproximados R$ 50 milhões e que deve iniciar operação já no primeiro semestre de 2011, na Bahia.
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Incentivos
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Aproveitando o impulso que foi dado pela obras das hidroelétricas para atrair empresas à Rondônia e sua capital Porto Velho, o governo local aproveita para dar um empurrão extra com outros incentivos para as corporações que queiram se instalar na região.
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“A região para abrigar siderúrgicas, empresas de mineração, do setor metal mecânico e até de alimentos”, afirmou à reportagem Denis Baú, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), ao lembrar que os executivos do estado têm se esforçado em encontrar líderes empresariais de todo o País com o objetivo de atrair seus negócios para a região de Porto Velho. Os governo local guarda na manga cartas como a doação de terrenos para a construção plantas, além de descontos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que variam entre 65% e 85%.
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Baú contou que obras de rodovias como o corredor Bioceânico, que ligará o estado a região do Pacífico e de outra estrada com ligação à Manaus, também garantem vantagens logísticas competitivas para a chegada de novas companhias. O cálculo da Fiero é de que o registro de empresas na região saltou de 2 mil em 2008 para 4 mil no ano passado.
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Negociação
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“A Voith Turbo, uma das grandes produtoras de bens de capital, está negociando com o governo local para implantar operações por aqui, talvez só para a montagem dos equipamentos”, disse em off um dos executivos presentes na inauguração da IMMA. O mesmo empresário lembrou que na última semana, Benjamim Steinbruch, diretor presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) esteve em Rondônia, onde anunciou que tem a pretensão em aumentar em 10 vezes a produção da Estanho de Rondônia S.A. (ERSA), um dos braços da companhia siderúrgica.
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Outra gigante que seguiu a rota da ascensão de Rondônia foi a Votorantim Cimentos, que inaugurou uma fábrica cimenteira na região na segunda metade de 2009, com capacidade produtiva de 700 mil toneladas e gastos superiores à R$ 100 milhões – só a obra de Santo Antônio consumirá 720 mil tonelada de cimento.
DCI