Seminário avalia desafios e traça estratégias para descarbonização da indústria
08/05/24
No cenário da transição energética global, as rotas de descarbonização da mineração e da indústria assumem um papel central. Os desafios, metas e oportunidades em relação a essa temática foram discutidos nesta terça-feira (7/5) por especialistas e autoridades no Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos, em Brasília (DF).
O secretário de Indústria Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, destacou a importância de promover discussões sobre políticas de descarbonização em diversos setores, visando fortalecer a indústria nacional. Ele enfatizou que o Brasil tem o potencial para liderar a transição energética em direção a uma economia verde, mas, para isso, é crucial obter um entendimento mais aprofundado do potencial geológico do país. Para alcançar tais metas, sublinhou a necessidade de fortalecer as instituições e agências responsáveis pelo setor mineral, como o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Rafaela Aloise de Freitas, analista de Políticas e Indústria e gerente de Clima e Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), abordou as tendências globais relacionadas à agenda de mudanças climáticas. Estas incluem a eliminação dos subsídios às fontes de energia fóssil, o crescente envolvimento dos bancos centrais e do setor financeiro na avaliação dos riscos climáticos, e o estabelecimento de sistemas de precificação de carbono, entre outros pontos. Além disso, ela destacou os investimentos anunciados por diversos governos internacionais em iniciativas de descarbonização, mencionando que a China divulgou um montante de US$ 280 bilhões, o Japão de US$ 145 bilhões, e os Estados Unidos de US$ 360 bilhões.
Flávio Moraes da Mota, chefe do Departamento de Indústrias de Base e Extrativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), detalhou as características do novo Fundo de Investimentos (FIP) em Minerais Estratégicos lançado este ano pelo BNDES, importante para a agenda de descarbonização. “A estimativa do governo brasileiro é mobilizar até R$ 1 bilhão em investimentos, sendo R$ 250 milhões em aportes do próprio banco. Os 75% restantes devem ser integralizados por investidores nacionais”, explicou. E ainda afirmou que a expectativa é que o BNDES consiga apoiar entre 15 e 20 projetos, sendo que 20% do capital do fundo necessariamente precisa ser direcionado a projeto de pesquisa e exploração, pois é onde estão as iniciativas de maior risco.
As empresas de mineração também têm buscado alternativas para fontes energéticas de seus processos produtivos. Ludmila Lopes Nascimento Brasil, diretora de energia e descarbonização da Vale, afirmou que a mineradora estabeleceu metas de redução 33% das emissões de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para os escopos 1 e 2 e pretende zera-las até 2050. Além disso, a companhia irá atingir 100% de consumo de eletricidade a partir de fontes renováveis no Brasil até 2025 e nos demais países até 2030.
Por sua vez, Eugenio Pantoja, gerente sênior de Performance Social da Hydro, destacou as iniciativas da empresa para descarbonizar suas operações. “Nosso objetivo é reduzir as emissões globais de carbono, restaurar a biodiversidade e minimizar a geração de resíduos. Temos a meta de reduzir as emissões de carbono em 30% até 2030 e alcançar emissões líquidas zero até 2050, em toda a nossa cadeia produtiva”, disse.
O painel foi moderado por Alexandre Valadares Mello, diretor de Assuntos Associativos e Mudança do Clima do IBRAM.
Sobre o Seminário
O Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos é organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Tem a presença de autoridades e especialistas de vários países e organizações, como: Agência Internacional de Energia; ICMM – Conselho Internacional de Mineração e Metais; Fórum Econômico Mundial; União Europeia; Unesco; Comissão de Transição Energética; representações diplomáticas de EUA, Canadá, Bolívia, entre outras; além de BNDES; CNI; CNA; ABDI; MME; MRE, MDIC; ANM; SGB/CPRM; CTEM; mineradoras, como Lundin Mining; CBMM; Vale; Kinross; Cia Brasileira de Lítio; Hydro; organizações como Vale Metais Básicos Atlantico Sul; Humana; Instituto Igarapé; Ellen MacArthur Foundation; WEG; ABIQUIM; Mining Hub.
Temas em destaque no seminário:
- Os minerais críticos e estratégicos e a transição energética no Brasil e no mundo
- Rotas de descarbonização da mineração e da indústria no contexto da transição energética
- Política mineral e o futuro do Brasil
- Potencial dos minerais críticos e estratégicos nas Américas
Estes e outros temas são vitais para o futuro sustentável do planeta e da humanidade e são debatidos nos dias 7 e 8 de maio, em Brasília (DF). O evento conta com o patrocínio da Vale Metais Básicos (ouro); CBMM (Painel); Hazemag (Painel); Metso (Painel).
Clique aqui e acesse as fotos do dia 7 e do dia 8.