Satélite combate atividade ilegal
28/10/16
As grandes mineradoras brasileiras recorrem cada vez mais à tecnologia de imagens por satélite para acompanhar o avanço da produção de suas minas e fiscalizar a invasão de suas áreas por mineradores ilegais. Boa parte deste trabalho de captação de imagem é feita pelos satélites da norte¬americana Digital Globe – uma das suas distribuidoras no país é a Space Imaging Brasil. Com faturamento na casa dos US$ 700 milhões, a maior parte vinda do governo norte-americano, a Digital Globe tem quatro satélites que ficam a uma altitude de 600 km e fazem 55 órbitas diárias no mundo. Em novembro, deverá lançar ao espaço mais um, o WorldView4 para operar a 680 km de altitude. Os principais serviços oferecidos pela empresa são monitoramento do meio ambiente, controle de invasões e de ocupação ilegal de terras em áreas de mineração e acompanhamento do volume de minério retirado das minas. “A imagem obtida pelo satélite pode identificar uma área com mineração ilegal em um território de até 5 metros quadrados”, afirma Tata Lacale, gerente de vendas para a América do Sul da Digital Globe. A Space Imaging Brasil também fornece trabalho diferenciado com as imagens obtidas pelos satélites para empresas das áreas de mineração, agricultura, defesa, energia, transportes, óleo e gás. A empresa usa a tecnologia de mapeamento por imagens de satélite de alta resolução, que permite, além do monitoramento geológico e de recursos minerais, a coleta de dados estruturais e de uso e ocupação do solo com imagens em 2D e 3D. No Brasil, os maiores usuários desses serviços são Vale, Votorantim, Petrobras, Transpetro, TBG (controladora do gasoduto Brasil¬Bolívia) Furnas, Sabesp, Embrapa, Ministério da Defesa, Polícia Federal e Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. A Polícia Federal usa as imagens dos satélites da empresa para perícia ambiental, verificando sobretudo áreas de desmatamentos. O governo de Mato Grosso do Sul contratou os serviços da empresa para criar o Cadastro Ambiental Rural, seguindo a nova lei do Ministério do Meio Ambiente. As imagens obtidas pelas lentes dos novos satélites da Digital Globe têm alta resolução. Cada pixel equivale a 30 centímetros no terreno. Com isso, consegue-se identificar uma cerca e diferenciá¬la de um riacho, por exemplo. A SpaceImaging Brasil também obtém imagens do Radarsat¬2, um radar orbital canadense lançado em 2007 que, segundo Paulo Costa, gerente técnico da empresa, fornece imagens de alta resolução para vigilância marítima, gestão de desastres e monitoramento ambiental.
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Valor Econômico