Samarco compartilha aprendizados com mineradoras
09/06/17

Centro de Monitoramento da Samarco, localizado no escritorio da empresa em Germano – Crédito: Leo Drumond / NITRO
Com o objetivo de compartilhar aprendizados com algumas das principais companhias mineradoras que atuam no país, a equipe da Samarco recebeu integrantes do Comitê de Comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) para uma visita institucional em Mariana (MG).
Além de discutir estratégias e ações de comunicação e relacionamento com o intuito de fortalecer a relação do setor com a sociedade, os participantes conheceram em 29 de maio o Complexo de Germano, o Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI) e o sistema de contenção de rejeitos.
Participaram do encontro executivos das empresas Vale, Kinross, Gerdau, Usiminas e Imerys. A Samarco realiza, desde setembro de 2016, um programa de visitação para vários grupos, entre eles, formadores de opinião, autoridades, imprensa e representantes de mineradoras.
Para a gerente de comunicação da Vale, Cássia Cinque, a visita é uma importante iniciativa, capaz de provocar mudanças de percepções. “Foi uma oportunidade de trocarmos experiências e compartilharmos os aprendizados de todo o setor com a gestão dessa crise. Isso é fundamental para a criação conjunta de um novo olhar sobre a mineração, nosso principal desafio atualmente”.
Comitê de Comunicação do Instituto – Crédito: divulgação
Sistema de contenção de rejeitos
Os visitantes conheceram a barragem de Nova Santarém, que integra o sistema de contenção de rejeitos remanescentes de Fundão, composto também pelos diques S1, S2, S3 e S4. A barragem foi finalizada em dezembro de 2016, com capacidade de contenção superior a 5 milhões de metros cúbicos. A estrutura é construída em solo compactado e blocos de rocha e tem a função de impedir o carreamento de rejeitos para fora da área da Samarco.
O sistema de contenção de rejeitos foi concluído em janeiro de 2017, com a finalização das obras do dique S4, e tem se mostrado eficiente, segundo técnicos da empresa. O monitoramento da água logo após o S4, última estrutura antes do rio Gualaxo, indica que o índice de turbidez tem sido inferior ao limite de 100 NTUs, estabelecido pela resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Em paralelo à conclusão do sistema de contenção de rejeitos, em janeiro de 2017 a Samarco protocolou, na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) de Fundão. O documento propõe diretrizes baseadas em estudos geotécnicos para recuperação ambiental do local, incluindo a estabilização definitiva das encostas, das estruturas e dos rejeitos remanescentes, além de contemplar a revegetação da área.
Troca de experiências
“Foi extremamente importante a Samarco abrir suas portas para os representantes das principais mineradoras do país. Eles puderam verificar ‘in loco’ as providências que a empresa tomou desde o rompimento da barragem para garantir a segurança de suas operações e também o que vem sendo feito para que seja possível honrar os compromissos com as comunidades e com o meio ambiente”, avalia Paulo Henrique Soares, diretor de Comunicação do IBRAM.
Para Rosangela Santos, gerente geral de Comunicação e Relações Institucionais da Samarco, a visita foi uma forma de compartilhar os aprendizados que a empresa tem tido ao longo de todo esse processo. “Entendemos que temos o dever de compartilhar com todo o setor o que estamos fazendo diferente e com mais rigor, desde o rompimento de Fundão”, disse.
Centro de Monitoramento e Inspeção
Entre as inovações decorrentes do aprendizado pós-rompimento, está o incremento do Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI), que utiliza tecnologia de ponta para aumentar a segurança no Complexo de Germano. A sala de controle, que funciona 24 horas por dia, durante sete dias da semana, recebe informações de radares, estações robótica e meteorológica, acelerômetros, medidores de vazão, inclinômetros e piezômetros.
Com isso, a empresa tem a capacidade de realizar o monitoramento contínuo de suas estruturas. Todos os dados coletados são monitorados por uma equipe composta por engenheiros e técnicos capacitados. Também são realizadas inspeções visuais em visitas periódicas ao campo, com avaliações qualitativas.
Novas tecnologias
Ao mesmo tempo em que realizou as obras do sistema de contenção de sedimentos e o reforço do Centro de Monitoramento e Inspeção, a Samarco desenvolveu um planejamento para voltar a operar com uso de novas tecnologias para a destinação dos rejeitos. A proposta é dispor o rejeito da futura operação na Cava de Alegria Sul, uma estrutura confinada localizada na área da empresa. Uma cava é o local de onde o minério é extraído.
Após o primeiro ano de utilização da Cava de Alegria Sul, a Samarco planeja construir duas plantas de filtragem. A tecnologia de filtragem permitirá a retirada de água e empilhamento de 80% do rejeito arenoso. Apenas 20% dos rejeitos serão lama, o que aumentará a vida útil da Cava de Alegria Sul para cerca de 4 anos.