Samarco amplia contratos
31/05/11
O principal cliente da mineradora é o mercado asiático, especialmente a China.
A Samarco Mineração S/A, joint venture entre as gigantes Vale S/A e BHP Billiton, já garantiu em contratos firmados com atuais clientes 20% da produção adicional de 8,25 milhões de toneladas de minério de ferro que o Projeto Quarta Pelotização (P4P), orçado em R$ 5,4 bilhões, vai proporcionar. O restante (80%), firmado em cartas de intenção anteriormente, está ainda sendo negociado.
O presidente da companhia, José Tadeu de Moraes, afirmou que os contratos fechados são de longo prazo e a primeira entrega de lote vinculado à produção adicional está prevista para 2014. “A distribuição geográfica da produção não deve mudar, mesmo porque o quadro atual reflete a estratégia da Samarco”, disse ontem, durante solenidade de lançamento da pedra fundamental do novo concentrador, em Mariana (região Central).
O principal cliente da mineradora é o mercado asiático, especialemnte a China, que sozinha, hoje, já compra 24% da produção da Samarco. Hoje, outros países da Ásia consomem mais 19% da produção, Europa, outros 19%, Norte da África e Oriente Médio, mais 22%, e o mercado das Américas, tem 16% da fatia total.
Moraes afirmou também que 98% do total das pelotas de minério produzidas são exportadas e 2% ficam no país. Entre os clientes da Samarco no mercado doméstico, o chief executive officer (CEO) da mineradora destacou a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas).
Em relação aos preços da commodity, o CEO da companhia acredita que o mercado já sinaliza para uma tendência de estabilização no próximo trimestre, pelo menos. Moraes lembrou, entretanto, que o preço do insumo siderúrgico não está vinculado somente à quantidade do produto comercializada, mas à qualidade do minério de ferro.
Projeto -A pelota que a Samarco exporta tem teor de ferro que varia entre 66,5% e 67,8%. Segundo Moraes, a tonelada da pelota de minério de ferro é negociada atualmente em torno de US$ 210 a US$ 230 no mercado internacional. Com o projeto, o investimento total no Estado soma R$ 2,6 bilhões, pouco mais de 48% do aporte programado, e se refere à implantação do terceiro concentrador no Complexo Germano, em Mariana, além da parte mineira do mineroduto.
Para financiar a expansão, a mineradora, explicou o presidente, buscará linhas de crédito junto a instituições internacionais, mas pagará os empréstimos como caixa próprio.
A produção da mineradora saltará de 22,25 milhões de toneladas por ano para 30,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. Além do terceiro concentrador, a expansão envolve a construção da quarta pelotizadora, em Anchieta (ES) e, ainda, a implantação de um mineroduto de 400 quilômetros, ligando Minas ao Espírito Santo.
Somente em 2011, a Samarco desembolsará algo em torno de R$ 1 bilhão no projeto. Os recursos contemplarão, ao longo do exercício, obras de terraplenagem, tanto em Mariana quanto em Anchieta (ES), além das obras de fundação e início das intervenções civis.
O índice de nacionalização de fornecedores de equipamentos e serviços do projeto será de 85%. Uma das exceções são os dutos que formarão o mineroduto, comprados da alemã ThyssenKrupp que, por sua vez, fechou parceria com fabricantes da China. Parte dos equipamentos do alto-forno da unidade de pelotização também é importada.
O desembarque dos tubos será feito no próprio Porto de Ubu, em Anchieta (ES), a partir de julho, o que é considerado uma vantagem em termos logísticos e de custos pela mineradora. A montagem do duto deve começar a partir de outubro. Moraes já havia afirmado que o terceiro mineroduto foi planejado para operar com capacidade ociosa porque a empresa tem planos de aumentar a produção de minério de ferro em Germano.
Após concluído o plano de expansão, a Samarco passará a ter uma capacidade de produção de 33,5 milhões de toneladas de minério de ferro em Germano, enquanto a capacidade total de transporte da polpa de minério será de 44 milhões de toneladas anuais, uma diferença de praticamente 10 milhões de toneladas.
Diário do Comércio