Ruralistas querem aumentar área plantada em MG
19/07/07
MONTES CLAROS – O Zoneamento Ecológico e Econômico, que será discutido hoje, a partir das 13 horas, nesta cidade, deverá ressaltar mais uma vez a luta entre ruralistas e fazendeiros do Norte de Minas em torno da exploração fundiária regional. O evento será realizado no auditório do Centro de Ciências Humanas da Unimontes. O zoneamento é promovido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e organizado pela Universidade Federal de Lavras (Ufla). A proposta é que ele ocorra em todas as regiões mineiras. O presidente da Associação dos Irrigantes do Norte de Minas, ruralista Orlando Frota Machado, disse que a classe está mobilizada e não aceita ser mais tolhida de produzir, como ocorreu, nos últimos quatro anos, com as normas da Mata Seca. Ele afirma que a limitação nesse tipo de vegetação chegou a causar prejuízo de R$ 800 milhões na economia e a demissão de 90 mil pessoas na zona rural. O ambientalista Carlos Dayrell, do Centro de Agricultura Alternativa, disse que é necessário impedir o avanço da fronteira agrícola com o eucalipto substituindo as áreas nativas. O secretário-adjunto de Estado do Meio Ambiente, Shelley de Souza Carneiro, afirma que o objetivo do zoneamento é contribuir para a definição de áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável de Minas Gerais, orientar os investimentos do Governo e da sociedade civil, que permitam o mapeamento das vulnerabilidades dos meios físico e biótico, potencialidades socioeconômicas e projeção de cenários para cada uma das regiões. Segundo ele, as informações permitirão a realização de uma política de gestão territorial do ponto de vista ambiental, social e econômico. Orlando Frota defende que o Norte de Minas tenha tratamento diferenciado em relação ao restante do Estado. Ele afirma que o irrigante gasta mais com sua atividade, devido à escassez de chuvas e a concentração em determinados locais, o que exige mais tempo em atividade dos equipamentos. Dayrell afirma que a discussão sobre o zoneamento ecológico é importante para pensar em políticas de desenvolvimento regional rural, pois o Norte de Minas está sofrendo grande impacto com o avanço da monocultura, principalmente a de eucalipto. O ambientalista afirma que, nos últimos 30 anos, a fronteira agrícola regional tem avançado. ½Precisamos delinear essas áreas extrativistas e definir políticas específicas, como reservas extrativistas e unidades de conservação e assentamento agroextrativista?.
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