Rio Tinto diz que não demite até incorporação pela Vale
07/05/09
A crise econômica mundial e a compra da Rio Tinto pela Vale criaram um clima de dúvidas e um cenário de desemprego no setor de;mineração. Em quatro meses, a Vale dispensou 34 funcionários, a Rio Tinto 84 e na segunda-feira a MMX, que estaria à venda, demitiu 326 funcionários ao mesmo tempo em que anunciava o retorno da operação da mineradora.
A previsão de incorporação da Rio Tinto pela Vale é julho. Até lá, a Rio Tinto garante que vai manter os 516 funcionários. ?Não existe plano de enxugar a empresa para entregar para a Vale. Até o momento da incorporação, a Rio Tinto caminha com as próprias pernas, produz para estoque e vai manter os funcionários?, afirmou ao Diário Corumbaense o gerente geral da Rio Tinto em Corumbá, Edson Miranda. A Vale informou, por meio da assessoria, que não vai se pronunciar enquanto o governo federal não assinar a documentação de transferência da Rio Tinto e referendar o negócio.
Dessa forma, a compra dos ativos da Rio Tinto pela Vale, efetuada em janeiro deste ano, por US$ 750 milhões, ainda está em andamento. Passados três meses do anúncio da venda, a Rio Tinto já transferiu para a Vale 80% da documentação. Pressionada pela crise e a queda na demanda de ferro, manganês e derivados, a Rio Tinto também fez readequações no planejamento e na folha de pagamento, cortando 84 funcionários neste primeiro semestre. Mas, segundo o gerente geral, a maioria das dispensas estava ligada a postos de trabalho criados para o projeto de expansão de mina de Corumbá, que estava orçada em US$ 2 bilhões. ?Com o cancelamento da expansão e o fechamento da Casa Rio Tinto, não havia mais como manter esses postos de trabalho nessas áreas?, explicou Edson Miranda. ?Os demais funcionários foram mantidos?, acrescentou.
De acordo com o gerente geral, a Rio Tinto não planeja promover cortes para entregar a empresa mais “enxuta” para a Vale. Tampouco houve um pedido da Vale nesse sentido, segundo ele. Depois dos cortes no primeiro semestre, a empresa ficou com 516 trabalhadores. ?Não estamos contratando funcionários diretos, mas não estamos demitindo. Pelo contrário, como mantemos a linha de produção para estoque, vez por outra contratamos serviços terceirizados?, explicou Miranda.
Além da crise, o que mais afeta a;mineração;é o nível baixo do rio Paraguai, que impossibilita a navegação das barcaças que transportam a produção da Rio Tinto para os portos da Argentina. ?É a pior média dos últimos 16 anos, com 3 metros abaixo do normal?, afirmou Miranda. ?Dessa forma temos uma crise dobrada?, acrescentou.
Vale
De acordo com a assessoria de comunicação, a Vale não vai se pronunciar a respeito da compra da Rio Tinto enquanto o governo federal não assinar a documentação de transferência e referendar o negócio. Desde o começo do ano, a Vale efetuou 34 cortes em seu quadro de funcionários em Corumbá e mantém programa de capacitação até maio para evitar novas dispensas. ?A empresa inclusive começa a prorrogar os contratos de capacitação, o que sinaliza que não espera uma reação tão rápida para a crise econômica mundial?, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Extrativas de Corumbá e Ladário, Cassiano Oliveira.
Com a incorporação, a Vale estaria disposta a manter o projeto de US$ 2 bilhões de expansão da mina da Rio Tinto em Corumbá, mas por enquanto a diretoria não tomou posição oficial a respeito, porque também depende de uma reação do mercado mundial. ?A Vale não vai assumir um plano de expansão se não tiver para quem vender?, presume o sindicalista Cassiano Oliveira.(Por Nelson Urt)
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