Reservas de níquel da CVRD-Inco em Ontário podem dobrar
22/06/07
São Paulo, 22 de Junho de 2007 – A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) anunciou ontem que estudos realizados na mina da Creighton, província de Ontário, no Canadá, indicam a possibilidade de ampliação da vida da mina localizada na região de Sudbury, onde está a principal operação da CVRD Inco. Perfurações realizadas no projeto de Creighton Deep – programa de exploração mineral da mina subterrânea – apontaram a presença de depósitos minerais que podem quase dobrar as reservas provadas e prováveis da mina, dos atuais 17 milhões de toneladas métricas com teor de 3,1% de níquel para 32 milhões de toneladas métricas com teor de 1,9% a 2,2% de níquel.
Em operação desde 1901, a mina de Creighton já produziu um total de 173 milhões de toneladas métricas com um teor médio de 1,52% de níquel. Segundo a Vale, as explorações e perfurações têm revelado depósitos minerais entre os níveis de 2,15 mil e 3,2 mil metros na mina e o programa deve continuar.
No total, a mineradora possui um programa global de exploração mineral que deverá receber investimento de US$ 120 milhões para 2007. “(O programa) é relevante para a sustentação de nosso crescimento e geração de valor para o acionista no longo prazo”, afirmou a Vale em comunicado.
A companhia tem intensificado pesquisas em áreas minerais e busca a diversificação dos negócios como forma de reduzir a dependência de um único produto, o minério de ferro, no qual é o principal produtor mundial.
O níquel, metal que cresceu sua participação no faturamento da companhia desde a aquisição da Inco, foi considerado um dos principais responsáveis pelo aumento de 133% no lucro líquido da companhia no primeiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado, para R$ 5,09 bilhão, uma vez que o preço do níquel saltou de US$ 34 mil por tonelada para US$ 46 mil a tonelada nestes primeiros três meses de 2007.
A Vale afirma ter as maiores reservas do mundo: de 850 milhões de toneladas métricas com teor de níquel de 1,37%. Os depósitos de Ontário representam 17,8% desse total.
No Brasil, a Vale possui dois grandes projetos: o do Vermelho (PA), localizado a cerca de 70 km de Carajás, que possui 290 milhões de toneladas provadas e prováveis (o que a dá uma vida de aproximadamente 40 anos) e o projeto Onça Puma, localizado em Ourilândia do Norte (PA), adquirido da Canico Resource em 2005 e que possui reservas de 110,32 milhões de toneladas de minério, com teor médio de níquel contido de 1,72% (vida de 36 anos). A exploração comercial desses projetos dependem, porém, da garantia de fornecimento de energia elétrica, conforme afirmou no início deste mês o diretor presidente da Vale, Roger Agnelli.
Atualmente, a companhia está investindo US$ 3,2 bilhões no projeto de Goro (Nova Caledônia), que deverá iniciar operação em 2009 e produzirá 60 mil toneladas anuais de níquel.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 5)(Luciana Collet)
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