Raul Jungmann destaca oportunidade de o Brasil ser líder no fornecimento de minerais críticos à transição energética
18/04/24
O presidente do IBRAM também destacou a importância do Rio Grande do Sul, que apresenta potencial minerário expressivo para o país aumentar sua produção mineral.
O Brasil encontra uma janela de oportunidades para se posicionar na liderança do fornecimento de minerais críticos à transição a uma economia de baixo carbono. Em razão da atual geopolítica, marcada por fatores desestabilizantes, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, a polarização entre China e EUA, entre outros, há um movimento de nações em busca de assegurar cadeias de suprimento mineral. A avaliação é de Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM. Segundo ele, “este cenário está no centro das estratégias do governo norte-americano, do parlamento europeu, enquanto que nós, no Brasil, não temos um plano estratégico para ampliar a produção de minerais críticos”, de modo a atender a esse projetado crescimento de demanda internacional.
Jungmann fez a avaliação no painel Minerais Estratégicos e as Tecnologias de Baixo Carbono do fórum “1° Diálogo da Transição Energética Justa no Rio Grande do Sul e o aproveitamento do Patrimônio Mineral Gaúcho”, realizado em Porto Alegre (RS), nesta 5ª feira (18/4). Sobre a produção de minerais críticos à transição energética – ação necessária para superar a emergência climática – ele citou a importância do Rio Grande do Sul. O estado produz cerca de 20 substâncias minerais e no município de São José do Norte está situada a única mina de titânio do Brasil, um projeto que demanda investimentos de US$ 400 milhões e pode empregar 15 mil pessoas.
A expansão da pesquisa geológica do subsolo e da produção mineral em estados como o Rio Grande do Sul, disse, são ações decisivas para o Brasil prestar contribuições à aceleração da transição energética, bem como à melhoria da competitividade do agronegócio. “Ter oferta de minérios representa segurança energética, segurança climática e favorece a segurança alimentar, já que o Brasil enfrenta uma importante vulnerabilidade: precisa importar grande quantidade de minérios utilizados nos fertilizantes, como potássio e fosfato”, disse. Esses minerais estratégicos poderiam ter sua produção ampliada no país para atender à demanda do agronegócio gaúcho e brasileiro, segundo ele.
Também participaram do painel Lucy Takehara Chemale, superintendente do Serviço Geológico do Brasil em Porto Alegre. E o deputado federal José Carlos Aleluia. O fórum foi realizado pelo governo do Estado do RS, pela Federação das Indústrias do Estado (FIERGS), pela Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS) e pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).