Québec tenta atrair brasileiros para programa de US$ 80 bilhões
31/10/11
Ministra Moniquev Gagnon-Tremblay visita o país em busca de parceiros para o Plan Nord
Nos próximos 25 anos, a província do Québec, no Canadá, deve passar por uma longa transformação. Esse é o principal objetivo do Plan Nord, plano de desenvolvimento e interiorização da economia local. Ao longo deste período deverão ser investidos US$ 80 bilhões em um projeto de desenvolvimento sustentável, incluindo atividades de indústria, infraestrutura, energia, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia da informação. É em busca deste aporte que a ministra das Relações Internacionais do Québec, Monique Gagnon-Tramblay, desembarcou no Brasil na última semana.
?Estamos em buscas de investidores capazes de fazer parte desse plano?, afirmou a ministra em entrevista exclusiva ao BRASIL ECONÔMICO.O principal objetivo é levar produtividade e desenvolvimento para os 72% do território ainda carente de economia aquecida. A região ocupa uma área de 1,2 milhão de km² – cerca de cinco vezes o tamanho do Japão – com apenas 120 mil habitantes, incluindo tribos autóctones. A maior parte dos 7,9 milhões de habitantes se concentram nos restantes 28% de território.
Ainda não há uma perspectiva clara de quanto a economia nacional pode crescer a partir desses investimentos. ?Fizemos alguns estudos, mas é umprojeto de 25 anos e ainda é cedo para calcular quanto cresceremos a partir desse plano?, explica a ministra, lembrando que algumas das empresas que fazem parte do Plan Nord já dobraram seus investimentos na região. A expectativa é que sejam gerados, anualmente, 20 mil empregos por ano a partir do plano.
A região abrangida pelo projeto é responsável por toda a produção de níquel, zinco, minério de ferro e ilmenita da província. Justamente por isso, um dos focos de atuação do plano recai sobre a atividade minerária que demanda 50% de todos os investimentos feitos pelo governo da província. Cerca de US$ 20 milhões do total deverão ser direcionados a esse setor.
Atualmente, a Vale, mineradora brasileira, já atua no Canadá por meio da Vale Inco, mina de níquel na parte anglófona do país. ?Se a companhia quiser trabalhar no Québec será um prazer recebê-los?, sugeriu a ministra.
Além do Brasil, diversos outros países, como China e França, já se mostraram interessados no projeto. Na França já há um comitê de trabalho planejando os investimentos na região de Québec.
No entanto, Monique desta que ?não há país prioritário? para os investimentos no Plan Nord. Ainda assim, o Brasil permanece como alvo número um na Política Internacional do Québec, segundo a autoridade.
Mão dupla
A província também tem se mostrado interessada em aproveitar as oportunidades de negócios existentes aqui no Brasil. A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 chamam a atenção dos canadenses.
O ponto forte do país fica com a área de inovação e tecnologia, destino de 2,6% do PIB do país. Entre as áreas de pesquisa em evidência estão a biologia, as telecomunicações e infraestrutura. ?Queremos conhecer as oportunidades futuras e saber como podemos comercializar todo o nosso potencial nesse setor.?
Segundo Monique, as empresas que vieram em sua delegação se mostraram ?muito satisfeitas? com as oportunidades encontradas no local, principalmente no setor de tecnologia, comunicações e infraestrutura.
Brasil Econômico