Projeto Pé-de-Pincha solta mais de 45 mil quelônios em comunidades do Oeste do Pará
14/04/25
Iniciativa desenvolvida há mais de 2 décadas, com apoio da MRN, promove ações de conscientização e educação ambiental.

Projeto Pé-de-Pincha solta mais de 45 mil quelônios em comunidades do Oeste do Pará. Crédito: Divulgação
Mais de 45 mil quelônios das espécies tracajá, iaçá, tartaruga-da-amazônia e irapuca foram soltos em comunidades de Oriximiná e Terra Santa, no Oeste do Pará, pelo Projeto Pé-de-Pincha, em 2025. A iniciativa, que completou 25 anos em Oriximiná e 26 em Terra Santa, é realizada por universidades, órgãos ambientais e comunidades locais, buscando a conservação desses animais. A ação é desenvolvida pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com o apoio da Mineração Rio do Norte (MRN), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Universidade do Oeste do Pará (UFOPA), com participação direta de moradores das comunidades ribeirinhas.
No município de Terra Santa, foram soltos 15.826 filhotes. Já em Oriximiná, o número chegou a 29.877. As atividades, que começaram ainda no mês de agosto do ano passado, envolveu o monitoramento de ninhos, eclosão controlada em chocadeiras e terminou com a soltura dos animais na natureza. Voluntária do projeto, dona Maria José participa das atividades em Terra Santa desde o início e comentou a sensação de ser parte importante na preservação ambiental na região Oeste do Pará. “Eu me sinto cheia de felicidade. Quando não participo da coleta fico agoniada e triste. Fico muito feliz também com o apoio da Mineração em coisas que não tínhamos antes e agora nós temos”, comentou.
Paulo Cesar Andrade, professor da UFAM e coordenador do Pé-de-Pincha, ressaltou a importância da participação ativa das comunidades. “O projeto tem ajudado a repovoar essas espécies em toda a Amazônia. A comunidade é o elo central do projeto, em um trabalho de voluntariado e com isso eles aprendem as técnicas e ajudam a natureza nesse processo de proteção destas espécies”, destacou.
De acordo com o professor, além das ações junto às comunidades, parcerias institucionais, como a existente com a MRN, são fundamentais para o pleno funcionamento do projeto a mais de duas décadas. “A MRN é uma parceira de primeira hora do projeto e é fundamental para prestar o suporte logístico às comunidades, permitindo que tenham materiais para executar estas ações. Sem estas parcerias, seria praticamente impossível desenvolver as atividades”, completou.

Projeto Pé-de-Pincha solta mais de 45 mil quelônios em comunidades do Oeste do Pará. Crédito: Divulgação
Para Genilda Cunha, coordenadora do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN, o qual o Pé-de-Pincha é parte integrante, a interação entre as instituições e as comunidades pode ajudar a superar desafios que surgem, garantindo a preservação das espécies de quelônios. “O projeto Pé-de-Pincha mostra como a união entre conhecimento científico e saberes tradicionais gera resultados concretos na preservação ambiental. A evolução na sensibilização e educação ambiental é visível, especialmente diante de desafios como as mudanças climáticas. Mas é a vivência prática, o envolvimento direto das comunidades, que realmente faz a diferença para o sucesso da iniciativa”, declarou.