Projeto níquel vai empregar até 7 mil
19/01/07
ONÇA PUMA
Contrato da Vale do Rio Doce viabiliza infra-estrutura para explorar jazidas
Um contrato no valor de R$ 464 milhões, fechado com várias empresas nacionais pela mineradora Onça Puma, empresa do grupo Vale do Rio Doce, permitirá a construção da infra-estrutura do projeto de exploração das jazidas de níquel localizadas entre os municípios de Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu e Parauapebas, no sul do Pará. As obras consistem na construção de estrada, estrutura metálica, terraplenagem e linha de transmissão. O projeto de exploração do níquel é um investimento, de US$ 1,437 bilhão.
As obras na região vão gerar 4.455 empregos diretos, no começo da montagem da infra-estrutura do projeto, e sete mil no pico da obra, até o final de 2007. A energia elétrica que será produzida deve abastecer uma cidade de 1,5 milhão de habitantes, como Belém. De acordo com o diretor executivo para a área de não ferrosos da Companhia Vale do Rio Doce, Fernando Lancaster, a exploração de níquel é a primeira do gênero feita pela empresa e será também a maior do país, com 55 mil toneladas por ano.
A liga de ferro possui 25% de níquel, o que amplia a exploração para 220 mil toneladas de ferro-níquel. A primeira remessa para os mercados asiático e nacional deverá ocorrer no final de 2008. É um projeto de grande porte no mundo e, segundo Lancaster, `espetacular para o Estado do Pará`. O projeto de prospecção das minas de níquel e de viabilidade para uma linha foi feito pela Canico, empresa que detinha o controle da Onça Puma, antes de a empresa ser vendida para a Vale. Na fase anterior, o projeto previa a exploração de metade do níquel. O trabalho para a construção da segunda linha foi intensificado pela Vale no decorrer do ano passado.
Canteiro
A primeira fase do projeto estará concluída em novembro de 2008, com a produção de 110 mil toneladas de ferro-níquel, ou 22,5 mil toneladas de liga de níquel. Em fevereiro de 2009, a segunda etapa será finalizada. O canteiro de obras, hoje, virou uma pequena cidade, com 4,4 mil pessoas. O cimento utilizado daria para construir 1,3 mil casas, enquanto a terra encheria três estádios do tamanho do Maracanã.
Antes de trabalhar em obras da Vale, os operários das empresas contratadas passam por cursos para poder operar equipamentos sofisticados. O diretor de comunicação da Vale, Fernando Thompson, durante a entrevista de Fernando Lancaster, explicou que antes da implantação de seus projetos, a empresa possui diversos programas de formação de mão-de-obra, tanto com o Senai quanto com o Senac, órgãos especializados em qualificação profissional.
`Em muitos dos nossos projetos, como este da Onça Puma, ou de minério de ferro e exploração de cobre na mina do Sossego, em Carajás, a Vale faz investimentos fortíssimos na formação profissional dos trabalhadores. A grande maioria desse pessoal, seja ele de nível técnico ou superior, está atuando no Pará`, disse Thompson.
Para tocar o projeto de exploração do níquel, a Onça Puma, dois anos antes de ser incorporada pela Vale, teve de negociar com agricultores a desapropriação do assentamento localizado em cima da mina. As famílias, para sair do local, receberam valores até cinco vezes superiores ao preço das residências que ocupavam. A desapropriação do assentamento – fato único no país -, foi conduzida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). `Nós não temos nenhum problema com assentados, sem terra ou índios`, informou Lancaster.
AUDIÊNCIA
Deve acontecer num prazo de 45 dias, a contar de ontem, a primeira audiência pública sobre o projeto de exploração de minério de ferro na província de Carajás, em Curionópolis, sudeste do Pará. É o que determina edital de convocação publicado ontem no Diário Oficial do Estado pela Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam). O pedido para exploração de minério foi feito pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 14 de novembro do ano passado, objetivando a concessão de licença ambiental, do estudo (EIA) e do relatório de Impacto Ambiental (Rima). A documentação referente ao processo está na biblioteca da Sectam.
O Liberal – PA