Projeto de educação socioambiental aumenta em 52% a frequência escolar de jovens
28/05/14
Votorantim Metais e Instituto Votorantim dão continuidade ao apoio à iniciativa, que conta, esse ano, com oficinas de matemática lúdica, inglês e sala digital
Com opções de trabalho, cultura e lazer reduzidos para os mais de 1700 habitantes, o Campestrinho, maior bairro da cidade de Divinolândia (SP), que faz fronteira com Poços de Caldas (MG), é uma comunidade rural com baixo índice de escolaridade. Para contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes, por meio de atividades educacionais, a Unidade Poços de Caldas da Votorantim Metais, em parceria com o Instituto Votorantim, apoia, pelo terceiro ano consecutivo, o projeto Escola Socioambiental.
Desenvolvida pela Associação de Moradores do Bairro Campestrinho (AMBC), só no ano passado, a iniciativa registrou uma melhoria de 52% na frequência escolar dos 70 beneficiados. Além disso, 22% dos participantes apresentaram um melhor rendimento em sala de aula. ?A Escola Socioambiental atua em parceria com as escolas formais, de maneira que não sobreponha o seu papel e, sim, complemente-o?, explica a presidente da AMBC, Zulmira Pereira.
A proposta do Projeto é tirar crianças e adolescentes da ociosidade, oferecendo atividades multidisplinares, com o intuito de melhorar o desempenho escolar e o relacionamento familiar e social. Ao mesmo tempo, o projeto propõe minimizar a falta de oportunidades para o desenvolvimento, um dos principais problemas enfrentados pela comunidade. ?Nós avaliamos a evolução de cada aluno, por meio de relatórios, questionários, entrevistas com familiares e reunião com professores?, ressalta a presidente.
Esse ano, além das atividades já estabelecidas – Roda do Livro, Dinâmicas Psicossociais, Cozinha Experimental, Reforço Escolar e Meio Ambiente ?, foram incorporadas as oficinas de Matemática Lúdica, Sala Digital e Inglês.; O projeto beneficia 50 jovens, com idade entre 10 e 19 anos, e conta com o apoio de seis universitários monitores, uma nutricionista e uma psicóloga. ?Estamos buscando estreitar o relacionamento com a escola da comunidade, participando das reuniões com os pais e convidando os professores para conhecerem nossas atividades. Também estamos tentando cadastrar a AMBC nas instituições superiores de ensino para garantir a oferta de estágios e parcerias?, salienta Zulmira.
Para Laira Keli de Oliveira, de 18 anos, o projeto está contribuindo para transformar a realidade do bairro. ?Os adolescentes não tinham muito o que fazer. Chegavam da escola e ficavam o dia todo em casa. Agora, todos vão para o projeto, aprendem mais e fazem novas amizades?, conta a jovem, que acabou de terminar o ensino médio e está participando pelo segundo ano da iniciativa. ?Eu iniciei ano passado e gostei muito, por isso resolvi participar novamente. Estamos aprendendo coisas diferentes, assuntos novos, e todas as oficinas têm algo de importante. Mas a que eu mais gostei foi a de orientação vocacional, que está me ajudando bastante a escolher o que vou fazer na faculdade?, anima-se a jovem, que está praticamente decidida em estudar administração.
A iniciativa também colabora com o desenvolvimento local, uma vez que, além de movimentar a economia, por meio do consumo de produtos para o lanche, limpeza e material didático, contrata pessoas do bairro para o quadro de funcionários. Além disso, é ponto de coleta seletiva – sendo que parte do material recebido é para a fabricação de artesanato -, e, esse ano, realizará doações de mudas de araucária, ipê e plantas medicinais, retiradas de uma horta cultivada pelos próprios jovens.
De acordo com a presidente da AMBC, a edição de 2014 do projeto, marca uma nova etapa de maior maturidade e consistência. ?A maioria das pessoas do Campestrinho tem apenas o ensino fundamental. Recentemente, formaram-se os primeiros jovens em cursos superiores. A AMBC conhece a fundo a história da comunidade e está mais preparada para contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos moradores?, garante Zulmira, que participou, ao longo do ano passado, do Programa de Qualificação de Organizações Sociais Locais, promovido pela Votorantim Metais e pelo Instituto Votorantim, em parceria com o Instituto Hartman Regueira.
Para o gerente da Unidade Poços de Caldas da Votorantim Metais, Hamilton Wuo, proporcionar atividades de educação social e ambiental é também uma forma de estimular e ampliar a prática da cidadania. ?Dessa forma, os jovens adquirem novos valores e hábitos, que serão incorporados no cotidiano de cada um?, reforça.
O Escola Socioambiental conta com apoio da Votorantim Metais e do Instituto Votorantim, e com a parceria da Prefeitura Municipal de Divinolândia (SP), Secretaria de Educação e o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Atividades do projeto
Reforço escolar | Atividades pedagógicas de matemática, para desenvolver o raciocínio e a lógica, e de formação de frases e textos, para exercitar a linguagem oral e escrita.
Cozinha experimental | Usa conceitos matemáticos para executar as receitas (medidas) e reforçar interpretação de textos relacionados à nutrição, sendo que tudo que é produzido na ação é disponibilizado aos beneficiados.
Construindo cidadãos | Com a participação de uma psicóloga, a atividade promove o protagonismo juvenil, reforçando questões de cidadania e orientação vocacional.
Meio ambiente | Reforça a matemática, por meio do plantio e colheita de mudas de araucária, ipê e plantas medicinais, e enfatiza os cuidados com os resíduos orgânicos (compostagem) e a coleta seletiva.
Roda do livro | Promove discussões e debates de temas da atualidade, com o intuito de tornar a leitura mais atraente e acessível aos beneficiados.
Inglês | Incentiva as crianças a aprenderem uma nova língua.
Laboratório digital | Desenvolve novas habilidades motoras e visuais, por meio do computador e fornece orientação para melhor utilização dessa ferramenta digital, além de oferecer apoio nas tarefas escolares.
Matemática lúdica | Oficina com atividades variadas para minimizar as dificuldades na aprendizagem da matemática.
Assessoria