Programa busca adesão das mineradoras para melhorar segurança
26/08/07
Deve receber investimentos de US$ 700 mil, nos primeiros três anos, o Programa Especial de Saúde e Segurança do Trabalho na Mineração, lançado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), com o objetivo de reforçar a área de prevenção de acidentes no setor mineral. O programa tem a adesão inicial de dez empresas e deverá lançar programas de treinamento e intercâmbio para diminuir as ocorrências. A iniciativa, que será colocada em prática no Pará ainda neste segundo semestre, visa ainda a criação de um banco de dados das melhores práticas do setor, que devem nortear as atividades de prevenção. O Estado receberá grande parte dos investimentos, por concentrar um significativo número de empresas e trabalhadores. São cerca de 38 mil empregos diretos e uma produção mineral que, ano passado, alcançou US$ 7 bilhões. Segundo o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna, o programa está sendo criado para ser uma referência nacional em saúde e segurança do trabalho. ?Queremos contribuir para reverter os indicadores que hoje são negativos ao setor de mineração, especialmente no segmento nas pequenas e médias empresas?, diz. ?Vamos disseminar o intercâmbio de boas práticas entre as empresas mineradoras no Brasil, como a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável do setor?, completa. Ele lembra também que esta é uma iniciativa própria do setor de mineração no Brasil, que não será restrito somente às grandes empresas de mineração. A idéia é também incentivar a participação de todas as empresas do segmento, independentemente do porte e do sistema de gestão, com adesão voluntária ao programa, explica, lembrando que o maior desafio será envolver de forma efetiva a mais alta administração das empresas. ?Este tema tem que fazer parte da estratégia de governança das empresas?, afirma.Paulo Camillo defende a implantação do programa como início de uma mudança ampla sobre a questão da segurança do trabalhador. ?É uma questão setorial?, avalia Jorge Soto, diretor do Departamento de Saúde e Segurança da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), acontecem no mundo todo, por ano, cerca de 2,2 milhões de mortes relacionadas a acidentes ou doenças do trabalho. Além disso, as estatísticas da OIT apontam que 270 milhões de trabalhadores são feridos por ano e outros 160 milhões sofrem de doenças relacionadas às atividades profissionais.
O Liberal – PA