Produção industrial sobe em todo o país
08/08/07
No primeiro semestre do ano, média de crescimento nacional foi de 4,8%; Minas teve alta de 7,9% no período RIO DE JANEIRO – Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a produção industrial avançou em todas as 14 regiões brasileiras no primeiro semestre. O instituto informou que nos primeiros seis meses do ano a indústria apurou crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Quatro das 14 regiões registraram crescimento acima da média: Rio Grande do Sul (8,5%), Minas Gerais (7,9%); Paraná (7%) e Pernambuco (6,4%). São Paulo, que detém o maior parque industrial do país, teve expansão de 4,1%. Segundo o IBGE, o padrão de crescimento da indústria brasileira se sustenta em setores produtores de bens de capital, sobretudo associados à recuperação do setor agrícola, e bens de consumo duráveis, como a fabricação de automóveis, além da continuidade da produção de commodities (minério de ferro). Na passagem de maio para junho a produção industrial subiu em sete de 14 regiões brasileiras. Por outro lado, entre as áreas com resultado negativo, a maior perda ficou com Goiás (recuo de 5,1%). No confronto entre junho e o mesmo mês do ano passado, houve alta de 12 das regiões. O maior avanço nessa comparação foi o registrado em Minas Gerais (11,3%). Por outro lado, Goiás teve queda de 4,5% e o Pará, de 0,6% (o que, segundo o IBGE, reflete recuos no setor de alimentos em ambos os Estados). Apesar do número expressivo de produção, apontado pelo IBGE, os indicadores industriais de junho, divulgados também ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), registraram uma queda de 4,5% nas vendas reais, em relação ao mesmo período de 2006, e um aumento de 3,3% nas horas trabalhadas. Na comparação com maio, os dois índices mostraram- se praticamente estáveis. As vendas reais subiram 0,2% em junho, em termos dessazonalizados, e as horas trabalhadas recuaram 0,3%. No acumulado do primeiro semestre, as vendas reais registram alta de 2,7%, frente o mesmo semestre de 2006, e as horas trabalhadas acumulam um crescimento de 3,6%, no mesmo período comparativo. A utilização da capacidade instalada ficou em 82,2% em junho, também em termos dessazonalizados. Em maio, o uso da capacidade instalada estava em 82,6% e, em junho de 2006, era de 80,5%. O emprego na indústria, segundo a CNI, cresceu 0,1%, na comparação a maio, e 3,3%, em relação a junho de 2006. No acumulado do primeiro semestre, os postos de trabalho aumentaram 3,4% em relação ao primeiro semestre de 2006. As remunerações pagas na indústria tiveram uma alta de 1% em junho, ante igual mês de 2006, e acumulam um crescimento de 4,8% no primeiro semestre. A CNI não divulga este indicador na comparação com o mês anterior. Fiat é destaque no desempenho mineiro; Minas Gerais está na liderança do crescimento industrial do país, com aumento na produção de 7,9% de janeiro a junho deste ano, ante 4,8% da média nacional. O Estado tem perfil de crescimento generalizado com expansão para todos os setores da indústria, principalmente o extrativo, o de celulose e o automobilístico. A análise é do economista da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. Em 31 anos de Brasil, a Fiat registrou seu maior crescimento nos seis primeiros meses do ano com a produção recorde de 333.826 mil veículos. No mesmo período do ano passado foram produzidos 267.109 mil. A montadora, com produção total em Minas, cresceu mais que o mercado e registrou uma alta de 25% no acumulado deste ano, enquanto o restante do setor registrou alta de 5,9% no mesmo período. ?A combinação de fatores externos, principalmente das commodities exportadoras, juntamente com um mercado interno em desenvolvimento mostra uma combinação de fatores que impulsiona a indústria mineira? diz Macedo sobre a magnitude do crescimento acima da média nacional. Ele também destaca a indústria extrativa como é o caso do minério de ferro, com crescimento de 8,9% no acumulado dos seis primeiros meses do ano. O principal motivo foi ?a alta dos preços no mercado internacional?, disse Macedo. Outros setores aquecidos apontados por Macedo são a indústria metalúrgica básica (3,8%) e setor de outros produtos químicos que engloba adubos, fertilizantes, inseticidas e herbicidas para a indústria agrícola com crescimento de 14,3% no acumulado do ano. A produção industrial de Minas Gerais avançou 1,0% de maio para junho de 2007, segundo resultado positivo consecutivo, acumulando alta de 2,2%, já descontadas as influências sazonais. Na comparação com junho de 2006 observa- se crescimento expressivo (11,3%), sendo esta a décima segunda taxa positiva consecutiva. O indicador acumulado nos últimos doze aponta alta de 6,2% em junho.
O Tempo