25/09/07

RIO DE JANEIRO, 24 de setembro (Reuters) – O Brasil vai triplicar sua produção de níquel no ano que vem, para 240 mil toneladas, na medida em que uma série de projetos começarão a operar e outros terão suas capacidades expandidas, disse na segunda-feira o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O Ibram informou ainda em um comunicado que a produção de níquel deve atingir 286 mil toneladas até 2011, já que mineradoras devem investir 7,7 bilhões de dólares em novos projetos e na expansão de outros já existentes, atraídas pelos altos preços do níquel. “O impulso foi dado nos últimos dois anos, quando o preço do níquel atingiu níveis recordes”, disse Paulo Camillo Penna, presidente do grupo. Os preços do níquel subiram 120 por cento nos últimos dois anos, mas ainda estão longe do pico de cerca de 48.700 dólares por tonelada atingido em abril. Penna afirmou que a aquisição no ano passado da canadense Inco pela Vale do Rio Doce foi importante, já que significou a transferência de tecnologia e conhecimento ao país. A Vale, tradicionalmente voltada para o minério de ferro, está investindo 1,69 bilhão de dólares em projetos de níquel, sendo 44 por cento do total no Brasil, disse o Ibram. O projeto principal é o de Onça Puma, que deve começar a produzir até o final de 2008. Ele terá uma capacidade de produção de 58 mil toneladas. O projeto Vermelho, também no Estado do Pará, ainda precisa ser aprovado pelo conselho da Vale. Ele teria uma capacidade anual de 46 mil toneladas e deve custar 1,2 bilhão de dólares. A Anglo American está se preparando para lançar o projeto de Barro Alto, em Goiás, com um custo de 1,2 bilhão de dólares, para produzir 36 mil toneladas de níquel contido em liga ferro-níquel. A unidade deve começar a funcionar em 2010, atingindo capacidade total em 2011. A Votorantim Metais está investindo em uma nova unidade de ferro-níquel que produziria 42.400 toneladas de liga de ferro anualmente em Goiás. O Ibram afirmou que, no geral, o setor de mineração brasileiro deve receber 28 bilhões de dólares em investimentos entre este ano e 2011, incluindo 34 por cento em minério de ferro, cuja produção deve aumentar 56 por cento, para 496 milhões de toneladas. Projetos em cobre receberiam 1,12 bilhão de dólares em investimento, com a produção subindo 154 por cento, para 376 mil toneladas, até 2010. “Com isso, seremos auto-suficientes em cobre em 2010”, disse Penna, destacando o projeto Salobo da Vale, que sozinho ampliaria em 100 mil toneladas anuais a produção. Salobo deve começar a funcionar em 2010.

Reuters