20/06/08

A produção brasileira de carvão mineral poderá duplicar até 2013 para acompanhar a expansão da geração de energia em termelétricas movidas a esse combustível. A previsão foi feita hoje à Agência Estado pelo presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan. No ano passado, a produção brasileira de carvão mineral bruto – concentrada nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul – alcançou 11,7 milhões de toneladas.

Segundo Zancan, esse volume poderá ser dobrado nos próximos cinco anos se forem efetivados os investimentos que já foram anunciados para as usinas a carvão, que fariam a capacidade de geração saltar dos atuais 1.400 megawatts (MW) para cerca de 3 mil MW em 2013. Para alavancar a geração de energia elétrica em usinas que queimam carvão, a ABCM vem pedindo ao governo que faça adaptações nas regras dos leilões de energia, ou mesmo que crie um leilão exclusivo para usinas a carvão. “O governo já vai fazer um leilão apenas para biomassa, e planeja fazer outro para eólica”, ponderou Zancan.

Uma das mudanças necessárias para atrair mais usinas para os leilões, segundo ele, seria aumentar o prazo dos contratos de venda de energia. Pelas regras atuais, as usinas termoelétricas (de qualquer tipo de combustível) assinam, nos leilões, contratos para fornecer energia por 15 anos. No caso das usinas a carvão, disse Zancan, o ideal seria estabelecer contratos maiores, de 30 anos (como o das hidrelétricas) para garantir o retorno dos investimentos e facilitar a obtenção de financiamento para os projetos.

O setor de carvão mineral também vem manifestando outra preocupação ao governo, referente à pesquisa de novas áreas de exploração do minério. Atualmente, os recursos estimados de carvão mineral que podem estar sob o solo brasileiro somam 31,7 bilhões de toneladas. Desse total, as reservas provadas são de 7 bilhões. De acordo com a ABCM, esses números, contudo, podem aumentar se o governo retomar a pesquisa de novos inventários. “A pesquisa de carvão no País parou em 1982, porque, na época, o preço do minério não estava competitivo perante o petróleo”, disse Zancan.(AE)

Cruzeiro do Sul