01/10/09

A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, informou ontem que não recebeu nenhuma proposta do empresário Eike Batista para a compra de participação na mineradora Vale. “Não tem nada de oficial sobre este assunto. Do lado da Previ não houve nenhuma proposta”, afirmou o diretor de investimentos da Previ, Fábio de Oliveira Moser. O empresário Eike Batista, controlador do grupo EBX, chegou a fazer uma proposta ao Bradesco para a compra da Bradespar, que também participa do controle da mineradora, que foi recusada. Segundo Moser, se a Previ recebesse uma proposta semelhante teria a obrigação de analisar, mas não há interesse em negociar a participação na Vale. “A Previ não tem interesse devido às perspectivas que a mineradora tem”, disse. Ele destacou que os fundos de pensão colocaram R$ 4,5 bilhões no aumento de capital realizado pela Vale no ano passado, e lembrou os investimentos de US$ 12 bilhões feitos pela mineradora nos últimos anos. “A maioria deles nem começou. Teria que esperar o mercado voltar, os investimentos começarem a operar para ter ideia do preço da Vale hoje”, afirmou. De acordo com o executivo, a Previ não tem “necessidade ou perspectiva” de sair da mineradora. “A Vale para nós não precisa ser vendida”, disse. Moser afirmou que não conhece os planos de Eike Batista para a empresa. “Não discuti com ele e não conheço quais são os planos dele para a Vale”, disse, mencionando os ativos de mineração da EBX, que poderiam ou não fazer sentido para a Vale.FOSFATO NO PERU. A Vale anunciou que deverá produzir cerca de 1 milhão de toneladas de rocha fosfática até 2010 na mina que a empresa está desenvolvendo no Peru, chamada Bayóvar. Segundo a mineradora, as obras de construção do projeto estão avançadas e a produção será destinada principalmente para o mercado interno. O fosfato é um dos insumos utilizados na fabricação de fertilizantes agrícolas. O início das operações do projeto, com capacidade de produção de 3,9 milhões de toneladas anuais de concentrado fosfórico e investimentos totais orçados em US$ 479 milhões, está previsto para o segundo semestre do ano que vem. A Vale vem investindo fortemente para produzir insumos (potássio e fosfato) de fertilizante no Brasil e no exterior. No Brasil, a Vale opera a única mina brasileira de cloreto de potássio, a Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete, em Sergipe, com capacidade nominal de produção de 850 mil toneladas anuais. Além do projeto de fosfato no Peru, a mineradora tem projetos em desenvolvimento para produção de potássio de Carnalita, em Sergipe; o projeto Potássio Rio Colorado e Neuquén, na Argentina; e Regina, no Canadá.

Natália Gomez, Agência Estado