Presidente do ICMM diz que mineradoras precisam mudar posicionamento com urgência
10/09/19
Um dos temas abordados neste segundo dia da Expo e Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM 2019) foi a “Mineração com Princípios”, um assunto que tem desafiado o setor, já que propõe não apenas mudanças, mas agilidade suficiente para o processo de adequação de toda a cadeia produtiva a uma lista de recomendações mundiais, que devem ser aplicadas em âmbito local.
O presidente do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), Tom Bluter, abordou o processo de constantes mudanças que têm ocorrido em função dos avanços tecnológicos e da percepção social sobre a atividade minerária, com foco em gestão da água, redução de resíduos, saúde e segurança dos trabalhadores e, também, nas alterações do modelo global de governança e de prestação de contas.
No caso brasileiro, para Bluter, os acidentes das barragens de Mariana e de Brumadinho colocaram em xeque a confiança na mineração. Embora os princípios do ICMM ainda não abordem diretamente esse tipo de ocorrência, a adoção de um novo posicionamento em relação à comunidade, com maior abertura para o diálogo e autonomia para a tomada de decisão nos cenários locais são partes da estratégia que pode tornar o relacionamento entre as partes mais harmônico e proativo.”Tradicionalmente, o setor não comunica bem. Nesse momento, é preciso estar disposto a receber críticas, mas insistir que os produtos da mineração são, a cada dia, mais necessários”, destaca.
O professor da Fundação Dom Cabral (FDC) e consultor, Cláudio Bruzzi Boechat, enfatizou a importância da Carta compromisso do IBRAM perante a sociedade que foi anunciada na solenidade de abertura da EXPOSIBRAM 2019 . ‘Neste momento, as mineradoras devem implementar mudanças para a gestão de resíduos até 2020″, lembra.
Mas a necessidade de unir a cadeia produtiva, para o cumprimento das metas estabelecidas, é um desafio que o setor deve enfrentar. Segundo o presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilson Nélio Brumer, o distanciamento das empresas, nos últimos anos, não foi positivo. “Temos que nos juntar neste esforço. Sem a cadeia produtiva e os prestadores de serviços, não conseguiremos alinhar os objetivos já propostos”, afirma.