Preço do minério de ferro cresce e exportações podem cair em 2013
06/09/13
O mercado de minério de ferro tem demonstrado bons resultados em 2013. Prova disso, é que somente no primeiro semestre deste ano, as exportações brasileiras cresceram mais de 50% em comparação com o mesmo período de 2012.
Somente em julho, o Brasil exportou 27,25 milhões de toneladas de minério de ferro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No entanto, mesmo com a recuperação no preço de venda, que de US$ 90 dólares passou para US$ 130,10, especialistas acreditam que possa haver um recuo nas exportações.
Em entrevista ao jornal Edição do Brasil, a gerente de pesquisa e desenvolvimento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Cinthia Rodrigues, faz uma análise do mercado e ratifica que as expectativas do mercado são boas. ?Tivemos um aumento exponencial na venda do minério, chegando a US$ 130 por tonelada. Um fator pujante neste cenário foi o próprio câmbio do dólar, que chegou a casa dos R$ 2,40. Na exportação isso é muito favorável, pois o produtor está exportando e recebendo em dólar, ou seja, para as empresas exportadoras é lucro garantido mesmo?, comenta.
Questionada se poderá ocorrer uma queda no preço da tonelada do minério, já que de acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a venda para a China caiu 2,1% no segundo trimestre deste ano em relação a 2012, Rodrigues diz que o preço vai se manter.
?O preço do minério de ferro se mantém na casa dos US$ 130 por causa do câmbio do dólar. Fora isso, o Brasil vem tendo aumento de produção no minério de ferro e uma excelente logística. O que tem feito com que seja possível colocar no porto o minério com um preço bom, atrativo e competitivo. O fato é que em 2012 exportamos 326 bilhões de toneladas, mas segundo perspectivas de mercado, em 2013 poderemos exportar cerca de 300 bilhões, registrando uma queda. Mas ainda é cedo para comentar números e volume de exportação?.
Saídas
De acordo com a gerente do Ibram, mesmo a China sendo um dos maiores compradores do minério de ferro, e podendo haver uma queda de exportações, ela lembra que existem outros compradores. ?A China é o principal comprador do minério. Por exemplo, em tonelagem, ela representa 52% , seguida do Japão com 9,5% e da Coreia do Sul com 4,8%. A China é determinante em todos os mercados importadores do mundo. O grande fator que ela alavanca é a urbanização e a ascensão de classes mais baixas, já que eles estão adquirindo mais bens. O minério na questão da urbanização é de extrema importância?.
Mudança
Perguntada se a economia nacional e a mineira estão totalmente dependentes do minério de ferro, Rodrigues afirma que a pauta da mineração precisa se diversificar. ?Atualmente, cerca de 25% da exportação nacional é de minério de ferro. Porém, o Brasil tem condições de variar a pauta de mineração. O Ouro vem em segundo lugar nas exportações e o Nióbio em terceiro.; Esses são lideres e os três mais importantes da pauta mineral. Não é interessante ficar só com um tipo de produto. Por isso, reafirmo a necessidade de diversificar a pauta de exportações e atrair mais investimentos?, completa.
De acordo com ela, mesmo que um dia haja crise no setor mineral, as siderúrgicas não deixarão de vender. ?Por mais que se tenha um colapso, as siderúrgicas não param, pois todos os mercados precisam delas. Então, uma saída em crise é direcionar o nosso mercado interno e parar a produção até a recuperação do preço. Há um ano, o preço do minério era de US$ 90 dólares, no entanto, conseguimos uma ótima recuperação?, conclui.
Jornal Edição do Brasil