Preço atual tira muita gente do mercado
03/12/08
A queda de preços dos metais não ferrosos ameaça desativar muitas operações mundo afora. No caso do alumínio, uma cotação abaixo de US$ 2,1 mil a tonelada torna inviáveis pelo menos 40% das fundições do mundo, afirma Luis Carlos Loureiro Filho, presidente da Abal. “Não cobre o custo de produção do metal”, diz, lembrando que a tarifa de energia pesa muito no custo de fabricação.
Loureiro lembrou que 1,7 milhão de toneladas já foram cortadas – Alcoa, nos EUA, empresas chinesas e até a Valesul, controlada da Vale do Rio Doce, no Brasil, que passou a operar com 40% da capacidade. “Fabricantes com custo de energia elevados não conseguem sobreviver a esses preços”. O alumínio na Bolsa de Londres (LME) tem sido negociado a US$ 1,8 mil a tonelada.
O dirigente lembrou que há uma forte correlação entre o preço do alumínio e o do petróleo, que é um forte medida dos custos da energia. Essa relação, informa, mantém-se há pelo menos uma década. Ele diz que o barril de petróleo a US$ 50 leva a cotação do alumínio a US$ 2,1 mil a tonelada. Se o petróleo subir para US$ 70, o alumínio alcançaria o patamar de US$ 2,5 mil a tonelada. Quando o barril foi negociado na faixa de US$ 100, a tonelada do metal ficou em torno dos US$ 3,2 mil.
O Brasil, com os custos atuais de energia, praticamente está fora do mapa de novos projetos de produção de alumínio. Como sexto maior produtor do mundo, com 1,65 milhão de toneladas por ano, o país não tem previstos – com raras exceções, no caso de quem detém produção própria de energia – novos projetos, pois tornou-se não competitivo em custo. E o gás não surge, no médio e longo prazo, como solução, diz Loureiro. (IR)
Valor Econômico