Potencial hídrico de Mato Grosso chama a atenção de empreendedores
05/07/07
Governador Blairo Maggi participa de inauguração da PCH Garganta da Jararaca (Usina Hidrelétrica), em Nova Maringá: municípios passa a ter segurança energética Nova Maringá, MT – Segundo maior estado com potencial hidrelétrico no País, Mato Grosso desperta a atenção e atrai novos empreendimentos a cada ano no setor. Seja em pequenas centrais, usinas, aproveitamentos hidrelétricos ou termelétricos, o estado é um dos que mais contribuem para a geração de energia que abastece várias cidades brasileiras. O potencial hídrico do estado chamou a atenção de diversos grupos que a cada ano ampliam seus investimentos em Mato Grosso. Dois novos empreendimentos nesse setor entraram em operação no final de 2006 e contribuem para que no estado sejam gerados, junto a outras 32 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) já instaladas, 12% de energia da potência estadual, o que corresponde a 1,79 milhão/kW. A PCH Garganta da Jararaca, localizada na divisa dos municípios de Campo Novo dos Parecis e Nova Maringá, no Médio-Norte mato-grossense, foi inaugurada nesta quarta-feira (04.07) com a presença do governador Blairo Maggi, secretários de Estado, diretores da empresa e prefeitos da região. Outra PCH, a Canoa Quebrada, da mesma empresa formada pela Koblitz Energia e grupo Cornélio Brennand, de Pernambuco, também foi inaugurada hoje em Lucas do Rio Verde. Empreendimento da Atiaia Energia S.A., a PCH Garganta da Jararaca vai gerar 29,3 mW de energia que é revendida para a concessionária estadual, Rede Cemat, suficiente para abastecer uma cidade de até 100 mil habitantes. Somada à produção da Canoa Quebrada, do mesmo grupo, as PCHs podem abastecer as cidades de São José do Rio Claro, Campo Novo do Parecis e Nova Maringá, cidades que ainda compõem o sistema isolado (geração térmica), com a geração de energia a óleo diesel. Esse é um dos destaques observados pelo representante do grupo Atiaia Energia, Luiz Otávio Koblitz. “Com os novos empreendimentos, esses municípios passam a ter segurança energética, pois as linhas de transmissão também foram estendidas para as cidades vizinhas”, afirmou Koblitz, destacando que a substituição da fonte energética térmica para a hidrelétrica resultou na redução de gasto de 10 milhões de litros de diesel anualmente, além de maior estabilidade energética na região. Ambas as barragens operam com sistema de vazão regulada automaticamente, conforme a quantidade de água à montante do rio, o que mantém constante o nível do reservatório, que não altera o regime natural das águas rio abaixo. Com recursos de R$ 131 milhões do BNDES, a construção da PCH Garganta da Jararaca gerou cerca de 1.600 empregos diretos e indiretos no período de construção. Responsabilidade ambiental Controle e ações de segurança e prevenção contras impactos ambientais são algumas das preocupações destacadas pelo grupo Atiaia Energia na instalação dos empreendimentos energéticos. Nas duas PCHs, os grupo desenvolveu monitoramento e resgate da fauna e ictiofauna, monitoramento hidrossedimentológico e níveis de água, monitoramento limnológico e qualidade da água, além da recuperação de áreas degradadas, limpeza da área do reservatório e salvamento arqueológico. Na avaliação dos prefeitos de Nova Maringá, Gilmar Fagundes, e de Campo Novo, Sérgio Stefanelo, a geração de empregos deu um novo animo à economia das cidades. “Os novos postos de trabalho contribuíram na redução do desemprego gerado pela crise da agricultura e a empresa está contribuindo com a política ambiental observada na região ao tratar a preservação do meio com seriedade e ações efetivas”, observou Stefanelo. Produção em crescimento Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que em Mato Grosso estão em operação 34 PCHs e juntas são responsáveis pela produção de 337 megawatts de potência. Outras 13 pequenas centrais estão em construção e vão incorporar a curto e médio prazos mais 233 mW. No setor energético, o Estado possui 101 empreendimentos em operação e um total de 1.918.305 de potência KW. Possui ainda 8 usinas hidrelétricas (UHE) e 42 usinas termelétricas (UTE). O Brasil possui no total 1.633 empreendimentos em operação no setor energético, gerando 99.418.716 kW de potência. Está prevista para os próximos anos uma adição de 26.606.099 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 85 empreendimentos atualmente em construção e mais 517 outorgadas. Mais de 50% da energia produzida no País ainda vem de exploração hidrelétrica, com a produção nas 646 hidrelétricas instaladas que juntas geram 71, 23% da energia no Brasil. Porém, a cada ano vem crescendo outras iniciativas do setor para geração de energia a partir de fontes renováveis, ou biomassa (bagaço da cana, resíduos de madeira, sementes,m etc). Atualmente, são 275 usinas de produção utilizando essas fontes, sendo a geração de energia a partir do bagaço de cana a que mais produz, com 231 empreendimentos, o que é explicado pela grande produção de cana-de-açúcar no País, o que possibilita instalar em uma mesma área de produção o emprego de tecnologia integrada para geração de energia responsável por abastecer as usinas de álcool e açúcar. O governador Blairo Maggi voltou a destacar a importância do estado nesse setor, contribuindo não somente na produção de energia, como na geração de postos de trabalho e responsabilidade ambiental, ação que está marcando os recentes empreendimentos. “A mudança nas fonte energéticas nos dá força para que o Estado possa atrair novos investimentos, o que pode ser garantido tendo a infra-estrutura necessária. São essas diferenças que nos permitem gerar melhor qualidade de vida, de desenvolvimento e a força desses novos empreendimentos que nos dão a certeza de quem em dez anos Mato Grosso terá outra realidade, uma mudança de perfil econômico e social que nos colocará em outro patamar diante do País”, garantiu o governador ao encerrar a solenidade. Participaram também da inauguração representantes do grupo Cornélio Brennand, secretários de Estado, Alexandre Furlan (Indústria, Comércio, Mineração e Energia); Clóves Vettorato (Projetos Estratégicos), Pedro Nadaf (Desenvolvimento do Turismo), Neldo Egon (Desenvolvimento Rural), vereadores dos dois municípios e empresários da região.
A Notícia Digital