Por sistema de preços, corretoras indicam mineradoras
31/03/10
A notícia de que a Vale e as siderúrgicas asiáticas encerraram a rodada de negociações do minério de ferro para 2010 deu um ânimo adicional para os analistas do setor no Brasil, que reforçaram a recomendação de compra das ações das mineradoras. O reajuste nos preços pode chegar a 100% e, além disso, a duração dos contratos agora será trimestral. A definição altera um mercado acostumado há 40 anos com acordos anuais.
O banco britânico Barclays acredita que a transição para um novo método de precificação configura uma ótima oportunidade para investir no setor. As empresas recomendadas são a Vale, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a MMX (de Eike Batista) e a Bradespar (controladora da Vale). Os analistas do banco, Leonardo Correa e Renato Antunes, porém, alertam que a transição entre a determinação dos preços deve ser lenta, para não complicar os mercados, já que a Europa mostra muita resistência à mudança.
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Três sistemas devem coexistir neste primeiro momento: preços determinados anualmente, contratos à vista e contratos híbridos, que teriam mecanismos de alteração trimestral nos valores. Nesse cenário, os analistas acreditam que o parâmetro mais confiável para se seguir será o dos contratos à vista, já que, só no ano passado, entre 550 e 600 milhões de toneladas de minério de ferro foram vendidas desta maneira – 60% dos transportes via oceano.
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O banco recomenda a compra dos papéis porque acredita que o preço do minério ainda não atingiu seu pico, e que até 2012 deve haver mais aquecimento no setor. O preço-alvo das ADRs (ações negociadas em Nova York) da Vale (VALE) para o Barclays é de 37 dólares, para a CSN (CSNA3) é de 75 reais, para a MMX (MMXM3) é de 20 reais e para a Bradespar (BRAP4) é de 56 reais.
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A corretora Link Investimentos, porém, acredita que um reajuste veiculado pelo jornal japonês Nikkei – sobre o acordo entre Vale e Nippon – não se concretizará, já que o preço do minério no mercado à vista já atingiu um valor 120% maior do que os contratos feitos pela empresa brasileira, por conta da diminuição da tarifa de transporte entre Brasil e China e da própria alta dos negócios à vista. As empresas, então, seriam obrigadas a adotar o sistema trimestral de acerto nos valores.
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Leonardo Alves, analista da Link, prevê um mercado mais maduro para as negociações do minério de ferro, talvez sendo usada uma Bolsa de mercadorias, contratos e derivativos para os contratos. A preferida de Alves no setor é a Vale, com um preço-alvo de 62 reais para suas ações (VALE5). A Link também acredita que a CSN deve ter desempenho acima da ,édia do mercado. O preço-alvo estimado é de 75 reais para seus papéis.
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Os analistas da corretora do banco Bradesco, Raphael Biderman, Gina Montone e Alessandro Mady, elevaram o preço-alvo das ações da Vale de 62,4 reais para 79,2 reais por ativo. Além disso, os especialistas preveem um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) acima do esperado para a empresa em 2010 e 2011, algo em torno de 34,3 bilhões de dólares. A instituição espera um aumento de 110% nos contratos.
Portal Exame