17/04/07

SÃO LUÍS, 17 de abril de 2007 – Com investimentos para ampliar as operações portuárias do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, localizado em São Luís, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) vai aumentar em 10 milhões toneladas por ano a movimentação de cargas no porto. Até o final do ano, cerca de 90 milhões de toneladas devem passar pelo terminal – um aumento de 11% em relação ao ano passado.
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A CVRD adicionou à sua frota, desde o mês passado, um novo rebocador (embarcação utilizada nas manobras de atracação e desatracação dos navios), o que permitiu dobrar o espaço de tempo para as operações, antes limitado em seis horas por dia – somente durante a baixa-mar e preamar. O novo rebocador, adquirido em outubro do ano passado, é mais potente do que os outros oito que operam no porto e tem maior capacidade de se opor às correntes marítimas. Tem 75 toneladas de potência e permite a realização de manobras com horários ampliados de marés, nos momentos de baixa-mar até a preamar. Com isso, o número de navios que atracam no porto também aumentou em mais seis por mês – a média mensal é de 55 embarcações.
O gerente de Operações Portuárias da CVRD, José Carlos de Sousa, explica que o porto de Ponta da Madeira está localizado em uma região de correntes e marés que limitam a atracação dos navios. A praticagem estabeleceu como regras que a operação devem ser realizada somente nos momentos de menor influência das correntes marítimas.
“O rebocador de alta potência aumenta a janela e flexibiliza os horários das manobras”, informa Sousa. Antes, o navio, depois de carregado, ficava no porto de seis a oito horas para poder partir, o que resultava em custos e limitações para outras embarcações.
O equipamento, por enquanto, é alugado à CVRD pela empresa Wilson Sons, mas a companhia tem planos de comprar um rebocador da mesma potência, de acordo com Sousa. Orçada em R$ 7 milhões, a embarcação a ser adquirida deverá entrar em operação até 2009. Antes de entrar em operação, o rebocador passou por vários testes no terminal na Universidade de São Paulo (USP), o que comprovou a viabilidade.
Ponta da Madeira é considerado o segundo porto em movimentação de cargas no país e responde por 86% do movimento no Maranhão. Ano passado, foram movimentadas 81,7 milhões de toneladas de carga – 9,8 % a mais que em 2005, quando foram registradas 74,4 milhões de toneladas.
Entre os produtos movimentados no porto, lideram a lista o minério de ferro e pelotas, com 75,3 milhões de toneladas embarcadas em 2006; ferro-gusa, com 3 milhões de toneladas; soja com 1,8 milhão de toneladas; manganês, com 1,2 milhão de toneladas; e concentrado de cobre, com 428 mil toneladas.
Na semana passada, a Vale realizou a simulação da milésima manobra modelo físico no porto da USP. A simulação foi feita com o navio Panamax, com capacidade para transportar até 75 mil toneladas de cargas, permitindo que os técnicos da CVRD, os práticos (especialistas em manobras) e a Capitania dos Portos do Maranhão conheçam, previamente, as variáveis de marés da baia de São Marcos, onde fica o complexo portuário de São Luís.
Por meio do simulador, os profissionais que trabalham na operação identificam as correntes, a amplitude de marés e seus efeitos sobre os navios, antes de ocorrerem na prática. O modelo físico, fruto de parceria entre a Vale e a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) da USP, também auxilia na tomada de decisão para as expansões futuras do terminal. A milésima manobra na prática vai ser realizada, entre os dias 23 e 27, no píer II de Ponta da Madeira.
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(Franci Monteles – Gazeta Mercantil)

Gazeta Mercantil