Polo Gesseiro do Araripe busca sustentabilidade com uso de energia solar
26/11/13
O Polo Gesseiro do Araripe (PE), de onde saem quase 3 milhões de toneladas de gipsita por ano, deve usar energia solar para tornar a atividade mais sustentável e se aproximar daquilo que se chama economia circular ou ?do berço ao berço?. A opinião é do químico alemão Michael Braungart,especialista em desenvolvimento sustentável e reutilização de resíduos, é considerado a maior autoridade mundial no assunto.
Estudos realizados na última semana por Braungart, apontaram a necessidade de utilização de energia solar no polo, visando tornar o processo produtivo do gesso ecologicamente sustentável. O químico realizou visitas técnicas a indústrias e a mineradoras na região para avaliar as tecnologias empregadas na fabricação do gesso.
A adoção da energia solar é uma das condições para que o Polo Gesseiro possa criar um modelo de desenvolvimento sustentável com base na chamada “Plataforma Berço ao Berço”, também conhecida como economia circular.
A plataforma prevê um processo de produção, uso e descarte de uma maneira cíclica em que não se produz resíduo. Tudo que sobra tem uma forma útil para outro ciclo, em um fluxo de materiais que se transformam.
“No Nordeste, o sol é uma fonte de energia de grande potencial, mas ainda não temos tecnologia para aplicá-la à desidratação da gipsita. Por isso, vamos trabalhar para adequar nossos sistemas a fim de que possamos deixar de utilizar fontes não renováveis”, afirmou o presidente do Sindicato da Indústrias do Gesso (Sindusgesso), Ariston Pereira.
Pereira disse que o setor gesseiro necessitará de apoio dos órgãos governamentais para o desenvolvimento da tecnologia e também da estrutura de fornecimento da energia solar. ?A ideia é implantar um projeto piloto de desenvolvimento tecnológico com universidades e implantar uma parceria público-privada para financiar o projeto?, afirmou.
Na região do Araripe estão grandes reservas de gipsita que correspondem a 18% das reservas brasileiras. O teor de aproveitamento é bastante alto, devido às condições favoráveis de mineração, à pureza do minério e à localização estratégica da região, na fronteira dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí.
O teor do minério do Polo Gesseiro do Araripe fica entre 88% e 98%, considerado o mais alto do mundo. De lá, são extraídas 2,8 milhões de toneladas por ano e mais de 600 empresas estão envolvidas na atividade gesseira. A exploração do minério na região gera cerca de 12 mil empregos diretos e 64 mil indiretos.
“Temos todo o interesse em tornar todo nosso processo produtivo totalmente sustentável, tanto é que fomos o primeiro setor econômico do País a assinar um termo de compromisso com o Ministério Público estadual para redução de resíduos sólidos com o objetivo de chegar, de forma gradativa, à ?geração zero? de resíduos”, completou Pereira.
Durante sua passagem pelo Brasil, Braungart foi o palestrante principal do “Seminário Internacional Além da Sustentabilidade” sobre reciclagem de resíduos, realizado de 17 a 21 de novembro, no Centro Tecnológico do Gesso em Araripina (PE). Durante cinco dias de evento, ele cumpriu uma agenda técnica e científica com mais de 150 empresários do polo, promotores ambientais, representantes de governos federais, estaduais e municipais, além de acadêmicos e pesquisadores. As informações são do Portal UOL.
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